Quando nasceu, em abril de 2005, o Centro de Desenvolvimento Comunitário (CDC) Estação dos Ventos, no bairro João Goulart, tinha a proposta de ser um espaço onde as crianças da comunidade poderiam passar a maior parte do tempo durante o dia, para que as mães pudessem trabalhar. A ideia, segundo a coordenadora geral, Fabiana Pereira Ribeiro, era fazer um rodízio de mães no cuidado dos pequenos.
Projeto social oferece dança, música, artesanato, teatro e futebol para famílias da Vila Schirmer
Na época, eu entrei em férias do meu trabalho e demos início ao projeto. Percorremos a comunidade pedindo doações e começamos a nos organizar. Como a maioria das mães que estavam aqui conseguiu emprego, eu acabei largando o meu trabalho para cuidar das crianças lembra.
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Atualmente, cerca de 40 crianças, com idades entre 2 e 13 anos, são atendidas no local, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, sendo que os mais velhos frequentam o CDC em turno inverso ao da escola.
No começo, foi bem difícil. Chegamos a fechar três vezes por falta de alimentos. Com o tempo, fomos conseguindo algumas parcerias e apoiadores, e, no momento, conseguimos nos manter com as doações. Temos alguns padrinhos também, que ajudam no pagamento das contas de luz e água. Muitas pessoas se agregaram ao trabalho explica Fabiana.
O acompanhamento das crianças é feito por cinco voluntárias da própria comunidade. Carina Lucas Machado, 28 anos, é uma das profissionais que ajudam nas atividades da creche.
Eu estou aqui há seis anos. Coloquei meus dois filhos aqui quando eram pequenos ainda. Depois de um tempo, acabei ficando desempregada e recebi o convite para ajudar como voluntária. O que me motiva é o amor e o carinho que recebo das crianças. Elas te trazem uma flor, te dão um abraço, contam histórias... Aqui, eu me sinto feliz conta.
Além do acompanhamento pedagógico, a Estação dos Ventos proporciona recreação, alimentação e acompanha- mento de uma assistente social e de uma psicóloga, que atentem não só os alunos, mas também os pais e famílias da comunidade. Além disso, as mães das crianças recebem oficinas de artesanato, manicure e na área de panificação, como forma de qualificação profissional para geração de renda à família.
Para a comunidade, também é um ganho, pois novos seres humanos estão sendo formados por meio do cuidado, da educação e da atenção oferecidos. Estamos tentando salvar uma parte da comunidade. Eu acreditei que poderia fazer um mundo melhor, mudar a realidade e fazer a diferença comenta Fabiana.
Projeto quer ampliar o espaço
Em 2013, depois de uma vistoria, a Vigilância Sanitária de Santa Maria considerou a estrutura do local inadequada. A creche foi interditada e ficou quase dois anos com as portas fechadas. Depois de algumas readequações, parte da estrutura voltou a funcionar. Mas, por questões de segurança e de infraestrutura, a outra metade segue interditada.
Agora, o objetivo é juntar verba para a construção de uma cozinha industrial, refeitório e padaria, para a realização dos cursos de culinária (veja, no quadro abaixo, como fazer para ajudar).
PARA AJUDAR
Brechó A instituição recebe doações de roupas e calçados para o brechó, que é realizado no bairro uma vez por semana. As peças são vendidas no máxi"