Saúde

Conjuntivite pode aumentar durante a primavera

Thays Ceretta

Na estação mais florida do ano, os olhos precisam de cuidados especiais. É no período da primavera – entre setembro e dezembro – que os fatores como umidade e mudança de temperaturas, além da exposição ao ar condicionado e à poluição, contribuem para o surgimento dos mais variados tipos de alergias. Ainda é durante essa época que as flores e plantas entram em polinização, o pólen fica suspenso no ar e, em contato com os olhos, por meio do vento, leva à conjuntivite primaveril ou conjuntivite alérgica. O risco é ainda maior para as pessoas que já apresentam quadros alérgicos como bronquite, asma e rinite.

De acordo com o infectologista, Thiego Teixeira Cavalheiro, a primavera é o período mais crítico para o surgimento da inflamação da conjuntiva, membrana transparente que recobre a superfície do globo ocular e parte interna da pálpebra. O médico esclarece ainda que existe conjuntivite de origem não infecciosa, sendo mais comum a conjuntivite alérgica –  com maior incidência na primavera -  e também conjuntivite infecciosa podendo ser causada por vírus ou bactérias. A conjuntivite viral é mais comum em períodos que circulam o vírus respiratório, sendo no verão e início do inverno.

– O tratamento depende da origem da inflamação. Quando for conjuntivite alérgica pode ser tratada com anti-histamínicos (antialérgicos). Quando for conjuntivite infecciosa de etiologia viral usamos colírios lubrificantes e lágrimas artificiais para alívios dos sintomas, pois se trata de uma doença autolimitada e não existe um tratamento específico. Já a conjuntivite bacteriana necessita do uso de colírios com antibióticos. Medidas como remoção das secreções realizadas cuidadosamente podem auxiliar – salienta Thiego.

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Devido a inflamação os sintomas mais comuns são coceira, irritação, vermelhidão e lacrimejamento dos olhos, mas pode ocorrer também inchaço nas pálpebras, intolerância à luz, visão borrada e em alguns casos, haver depósito de secreções ou crostas ao redor dos olhos. A analista de departamento pessoal, Cyndi Britto, 29 anos teve conjuntivite há 10 dias. Ela conta que a sensação é de incômodo em função do olho vermelho e inchado.

– Como eu estava gripada com infecção nos pulmões até achei que o problema nos olhos era por causa da gripe, mas começou a piorar e fui no médico. Ele me receitou um colírio e me deu um atestado de três dias, logo que passei, já melhorou uns 50% – diz.

Se para um adulto já é difícil conviver alguns dias com a inflamação nos olhos, para as crianças é ainda mais complicado, os pais têm papel importante na hora de evitar que a criança esfregue os olhos. A jornalista Nicole Tirlone, 30 anos, mãe do Vittorio de 1 ano e 6 meses comenta que foi difícil controlar os movimentos do filho.

 SANTA MARIA, RS, BRASIL. 05/10/2017.criança conjuntivite.FOTO: GABRIEL HAESBAERT / NEWCO DSM
Foto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

– Percebi que o Vittorio estava com um olho vermelho e com secreção, ele não conseguia abrir. Fomos consultar, o médico indicou um colírio e pediu que eu tivesse cuidado redobrado por 72h. A inflamação durou três dias ele ficou um sem ir na escola. Foi difícil controlar, ele não para quieto, mas mesmo assim eu lavava a mão dele toda hora – comenta.

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Não existe uma regra para que o paciente com conjuntivite infecciosa permaneça em repouso, seja ele adulto ou criança. Conforme o infectologista, Thiego, de uma forma geral os pacientes são orientados a permanecerem em repouso até 24 horas do término da drenagem de secreções que varia de 3 até 7 dias do início dos sintomas.  Além disso, recomenda-se que não haja compartilhamento de maquiagens, materiais de higiene e o mais importante que intensifique-se a higiene das mãos. Para quem utiliza lente de contato, é melhor evitar quando estiver com os sintomas. 

SAIBA MAIS

TIPOS
– Conjuntivite alérgica ou primaveril – não é infecciosa
– Conjuntivite viral ou bacteriana – é infecciosa e pode ser contagiosa. A transmissão acontece através do contato da pele (principalmente as mãos) com a superfície contaminada, podendo ser o próprio olho ou objetos

SINTOMAS
Olho vermelho e lacrimejante
– Inchaço nas pálpebras
– Intolerância à luz
– Visão embaçada
– Visão borrada
– Coceira
– Sensação de areia ou cisco nos olhos
– Sensibilidade a luz
– Secreção

PREVENÇÃO
É difícil prevenir-se das conjuntivites, mas algumas medidas podem diminuir o risco de você adquirir uma conjuntivite, que são: 
– Não use maquiagem de outras pessoas nem empreste as suas
– Evite compartilhar toalhas de rosto
– Lave as mãos  e o rosto com frequência
– Evitar coçar os olhos;
– Use óculos de mergulho para nadar, ou óculos de proteção se você trabalha com produtos químicos
– Não use medicamentos (pomadas, colírios) sem prescrição (ou que foram indicados para outra pessoa)
– Evite nadar em piscinas sem cloro ou em lagos

TRATAMENTO
O tratamento depende da origem da inflamação:
Viral – compressas com água fria, colírio lubrificante e lágrimas artificiais para alívios dos sintomas
Bacteriana – colírio com antibióticos
Alérgica ou primaveril  – antialérgico ou anti-histamínicos
– Lave suas mãos com frequência
– Não coloque as mãos nos olhos para evitar a recontaminação
– Evite coçar os olhos para diminuir a irritação da área
– Lave as mãos antes e depois do uso de colírios ou pomadas (ao usar, não encoste o frasco do colírios ou da pomada no olho)
– Evite a exposição à agentes irritantes (fumaça) e/ou alégenos (pólen) que podem causar a conjuntivite
– Não use lentes de contato enquanto estiver com conjuntivite
– Não compartilhar lençóis, toalhas, travesseiros e outros objetos de uso pessoal de quem está com conjuntivite
– Evitar piscinas


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