Depois de três dias de sol e temperaturas que bateram os 30ºC, a chuva voltou com força na terça-feira à região. De acordo com o Grupo de Modelagem Atmosférica (Gruma) da Universidade Federal de Santa Maria, choveu 39 milímetros (mm) em Santa Maria
Temporal atinge quase todo o Rio Grande do Sul nesta terça
O retorno da chuva também prejudicou escolas de Santa Maria. Na Escola Municipal de Educação Infantil Nosso Lar, no bairro Patronato, a água invadiu uma sala de aula onde estudavam 10 crianças. De acordo com a diretora, Valeria Dornelles, as crianças começaram a ser retiradas da sala por volta das 8h30min:
Foi o quanto levamos os alunos para outra sala porque a água começou a verter do teto. Foi horrível, os alunos ficam muito assustados.
Como as outras salas não chegaram a ser invadidas pela água, as aulas não precisaram ser suspensas. Três integrantes da Defesa Civil estiveram no colégio e distribuíram 50 metros de lona. Segundo a equipe, o entupimento de uma calha pode ter causado o problema.
No interior, na localidade de Passo da Ferreira, a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Hundertmarck, cujo prédio foi danificado nos temporais do mês passado e ainda não recebeu os reparos, ficou em alerta.
As salas de aulas estão com goteiras, e o telhado do refeitório caiu no outro temporal. As crianças têm que ficar saindo do lugar para não se molhar. É complicado lamenta o autônomo Jair dos Santos, pai de dois alunos.
Apreensão com mais estragos
O vendaval que castigou a cidade em outubro ainda nem foi esquecido e a chuva de terça-feira já trouxe novos problemas. Na casa da artesã Ana Alicen da Silva Cristino, 70 anos, e do aposentado Marcos Soares Cristino, 66, no bairro Nova Santa Marta, a ventania do dia 15 arrancou o telhado. Sem condições de fazer os reparos, a residência foi tapada com lona, insuficiente para barrar a chuvarada de terça.
Lona que recobria a casa da artesã Ana Alicen não suportou a chuva (Foto:Jean Pimentel / Agência RBS)
Tivemos de fazer um furo no canto da parede para escoar a água, porque o colchão que o meu neto estava deitado ficou boiando de tanta chuva que entrou. Vivemos apenas com um salário mínimo e com o que eu ganho com o meu trabalho, mas com a máquina queimada, não tenho como fazer nada. É difícil, porque ainda não sabemos quando vamos conseguir arrumar o telhado. A gente fica com medo que venha mais chuva e estrague mais coisas lamenta Ana, que perdeu as máquinas de costura, de lavar e o freezer no temporal de outubro.
A precipitação também causou problemas em outros pontos da cidade: alagamentos no bairro Tomazzetti e no acesso à Santa Marta pela BR-287 dificultaram a passagem de veículos. Também houve registro de uma sala invadida pela água no Pronto-Atendimento (PA) do Patronato.
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