Foi em uma situação de emergência que a vendedora Vanessa Moraes conheceu um dos maiores exemplos de solidariedade que já viu. Acostumada a unir forças com outros voluntários em ações comunitárias, viu na aposentada Odete Souza da Rosa, mais conhecida como dona Coroca, muita força e disposição para fazer o bem aos amigos e vizinhos da comunidade onde mora, na Vila Cerro Azul, no Bairro Chácara das Flores.
– Em 2015, a enchente prejudicou demais aquele bairro, e quem já passava por situações difíceis ficou muito prejudicado. Quando cheguei para ajudar, dona Odete estava mobilizando a todos e não sossegou até se certificar de que ninguém ficaria desamparado – lembra.
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Segundo a serviços gerais Clarice Tavares, a família de dona Coroca já é uma referência de solidariedade no bairro. Ela conta que, quando a sua casa foi alcançada pela enchente, a benfeitora foi incansável em ajudar.
– O marido dela, o seu João, foi presidente da associação do nosso bairro. Sempre disposto, socorria a gente com agasalho, alimento e medicação. Desde que ele faleceu, há cinco anos, dona Coroca passou a ser como uma mãezona aqui no Cerro Azul. Somos gratos por tudo o que ela faz por nós – afirma.
Vanessa diz que dona Coroca não é solidária apenas em situações isoladas.
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– Sempre que alguém passa por uma necessidade naquela região,a gente sabe a quem recorrer antes de tomar qualquer atitude. É incrível a consideração que os vizinhos têm pela dona Coroca. Ela é envolvida com a comunidade e, perto dela, ninguém sai de mãos vazias – diz.
APOIO INCONDICIONAL

Feliz com o carinho dos vizinhos e humilde em relação ao que faz, dona Coroca afirma que, para ela, ser solidária é manter vivo o exemplo do marido que foi presidente da Associação dos Moradores da Vila Cerro Azul por mais de 12 anos.
– Moro aqui há 38 anos. Conheço todo mundo. Somos uma família. Como poderia ver alguém passar necessidade e ficar de braços cruzados? Cuidar dos doentes, arrecadar fundos para comprar remédios e alimentar uma criança era a missão de vida do João. Agora, é a minha – conclui.
Para a aposentada Eloá Mattdolff da Silva, dona Coroca é uma força em momentos difíceis. Ela afirma que, seja para levar ao médico ou para vender bolo para comprar donativos, a vizinha não mede sacrifícios e faz tudo com um grande sorriso no rosto.
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Clarice lembra que dona Coroca não desanima diante das próprias dificuldades. Para Vanessa, que também tem o voluntariado como uma missão de vida, a aposentada representa segurança em meio a uma comunidade tão carente como a Vila Cerro Azul.
– Ela não é uma pessoa de posses financeiras ou de influência na cidade. Mesmo assim, sabemos que ela tira dinheiro do bolso para comprar um remédio para um doente que bate a sua porta. Se ela não tem, mobiliza tudo e todos. Faz rifa, risotos, o que precisar. É muito bom ter pessoas assim por perto – assegura.