Após mais de 10 anos da morte de empresário em Agudo, dois réus são condenados a penas entre 16 e 18 anos por homicídio qualificado

Lenon de Paula

Após mais de 10 anos da morte de empresário em Agudo, dois réus são condenados a penas entre 16 e 18 anos por homicídio qualificado
O empresário Ediér Antônio Bernardini foi assassinado na sede de sua empresa na localidade de Rincão do Mosquito, interior de Agudo, em setembro de 2012. Seu corpo foi encontrado por um funcionário, amarrado ao portão de um galpão da firma na qual é proprietário. Foto: Divulgação

Foram condenados dois dos quatro réus indiciados pelo assassinato do empresário do setor de transportes Ediér Antônio Bernardini em julgamento realizado nesta segunda-feira (13), em Agudo. Bernardini foi torturado, morto e teve o corpo amarrado ao portão de um galpão no dia 30 de setembro de 2012 no interior do município, na sede da empresa da qual era proprietário. 

Rosângela Lipke, ex-companheira da vítima, foi condenada a 18 anos e oito meses de prisão; e  Valter André Silva Santos teve a pena estipulada em 16 anos. Ambos respondiam, até então em liberdade, pelo crime de homicídio qualificado, e vão cumprir a sentença em regime inicial fechado. A decisão foi lida pela titular da Vara Judicial da Comarca de Agudo, juíza Bruna Faccin Beust Minuzzi, por volta das 21h30min desta segunda-feira. Após a leitura da sentença, a magistrada solicitou que fossem expedidos os mandados de prisão de ambos os réus.

As investigações apontaram que Rosângela era suspeita de ser a mandante do crime e Valter André teria participado ativamente do assassinato e estava em um veículo de Bernardini. A mulher havia tido um relacionamento com a vítima e estaria exigindo dinheiro e bens do empresário, que havia registrado ocorrência policial em que relatou estar sendo ameaçado de morte pela acusada.

O júri

A acusação ficou por conta dos promotores do Ministério Público do Rio Grande do Sul Davi Lopes Rodrigues Júnior e Leonardo Giron. Representando a família de Ediér Bernardini e atuando no caso como assistente de acusação, o advogado Jorge Pohlmann considera que a justiça foi feita e que, após dez anos, Ediér poderá descansar em paz:

– Após dez anos de profundos debates, não só na instrução, mas com cinco adiamentos, hoje foi realizada a sessão do plenário. Em nome da família, queremos dizer que a partir de hoje Ediér Bernardini descansa em sua paz no descanso eterno, e que se buscou justiça ao longo destes dez anos, o que efetivamente aconteceu. O conselho de sentença, composto pela comunidade de Agudo e de Paraíso do Sul, entendeu que sim, os réus são autores do delito e, em consequência, mereceram a reprovação pela conduta que agiram. 

O júri, que estava marcado para iniciar às 8h30min, acabou iniciando por volta das 10h, devido ao atraso de uma das partes. O intervalo de almoço ocorreu entre meio-dia e 14h. Rosângela se ausentou do Fórum ao meio-dia, após prestar depoimento. Já Valter André não compareceu na sessão, mas foi representado pela sua defesa constituída.

O advogado Jean Severo, que defende a ré Rosângela, afirmou que irá avaliar se entrará com recursos no Judiciário:

– O jurado entendeu pela condenação, e vamos respeitar essa decisão. Foi um júri muito aguerrido das duas partes, mas com muita lealdade. Agora vamos avaliar um eventual ingresso de recursos. – declarou Severo. O Bei não conseguiu contato com o advogado de Valter André da Silva.

Ainda há outros dois homens acusados de participar do crime: Diones Crumenauer dos Santos e Gelson da Silva Grigolo. Como eles ficaram foragidos e só foram encontrados mais tarde, o processo foi dividido em duas partes e eles serão julgados posteriormente, em data a definir. 

O corpo de Bernardini foi descoberto por um funcionário da firma que o empresário mantinha há 30 anos, a Transportes Edini. O motorista chegou de viagem no final da tarde e se preparava para descarregar o caminhão quando avistou o patrão morto. Foto: Fernando Ramos (BD, 01.10.2012)

Entenda o caso

O empresário Ediér Antônio Bernardini foi assassinado na sede de sua empresa na localidade de Rincão do Mosquito, interior de Agudo. Seu corpo foi encontrado amarrado ao portão de um galpão da firma. Segundo informações da Polícia Civil, havia pelo menos uma marca de facada em seu peito.

O corpo foi descoberto por um funcionário da firma que Bernardini mantinha há 30 anos, a Transportes Edini. O motorista chegou de viagem por volta das 17h15min e se preparava para descarregar o caminhão quando enxergou o patrão morto.

Nascido em Linha dos Pomeranos, interior do município, o empresário deixou o campo nos anos 80. Na cidade, sempre trabalhou com transportes. No ano anterior ao crime, mudou-se para Rincão do Mosquito, transferindo para lá sua empresa. Era tido como uma pessoa gentil e amável. A morte do empresário – que era separado e pai de um casal de filhos – foi anunciada no rádio, causando comoção nos moradores.

* Com informações da Rádio Agudo

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