Apesar da estiagem, apicultores da Região Central devem colher 200 toneladas de mel

Jaiana

Apesar da estiagem, apicultores da Região Central devem colher 200 toneladas de mel

Leandro

Condições de tempo instáveis fazem com que abelhas produzam mel em épocas diferentes. Foto: Leandro Rosa (Diário)

Enquanto as principais produções agrícolas da Região Central somam prejuízos milionários provocados pela estiagem, uma cultura resiste à seca e comemora a colheita próspera: a apicultura. O sucesso da boa safra de mel depende de dias secos, já que as abelhas precisam do néctar das flores para produzir o “ouro líquido”.

De acordo com a Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), as chuvas dos últimos meses, depois do período de seca, e a florada forte estão garantindo uma boa colheita, inclusive na safrinha de maio. Não há previsão de prejuízos na produção. A Emater Regional Santa Maria estima que serão cerca 200 toneladas de mel colhidas neste ano, mesmo número de 2021. Só em Santa Maria, onde a maioria são pequenos produtores, serão cerca de 10 toneladas.

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– Ainda não temos dados concretos para o ano, mas eu acredito que mesmo com as dificuldades, teremos um incremento de produção no Rio Grande do Sul. Vamos ter uma produção maior ou, pelo menos, igual a do ano passado – garante o secretário executivo da Fargs, Patric Luderitz.

O apicultor Batista Pivetta colhe cerca de duas toneladas de mel por ano. Foto: Leandro Rosa (Diário)

Batista Pivetta, 60 anos, é apicultor há 25 anos na região. Ele tem cerca de 110 caixas espalhadas em diversos locais. Nos últimos 12 meses, colheu cerca de duas toneladas de mel. De acordo com ele, as mudanças climáticas têm antecipado o momento da colheita. Na primavera, época de melhor safra em anos passados, a chuva tem sido intensa e a produção das abelhas reduz.

– O tempo não é mais previsível. Temos dias frios, daqui a pouco aquece, as plantas florescem e confunde as abelhas. Os dois últimos anos, em função da chuva na primavera, eu colhi bem em fevereiro, março e abril. Ainda sigo colhendo bem agora em maio. Tem caixas que eu colhi um mês atrás e agora está cheia de novo – avalia o apicultor.

A Associação dos Apicultores de Santa Maria (Apismar), da qual Pivetta faz parte, tem mais de 30 associados. O vice-presidente da entidade, o zootecnista Júlio Welter, reforça que a colheita tem sido boa no município, mas que as condições do tempo, por serem variáveis, impactam de maneira diferente em cada região.

– São vários microclimas, então a boa produção depende das condições específicas de cada localidade. De um modo geral, estamos com uma boa colheita. O tempo seco nos ajudou, já que quando chove a florada cai e as abelhas reduzem o trabalho – explica.A boa colheita também impacta no preço do produto. Em média, o quilo do mel está sendo vendido por R$ 25,00 em Santa Maria. Além disso, a qualidade do produto também sofre alterações com as condições meteorológicas. A colheita deve ser em dia com baixa umidade e sem chuva. Caso contrário, o padrão qualitativo fica comprometido.

– Não é só o trabalho das abelhas que garante a qualidade, o trabalho do apicultor também. Começa no transporte e vai até a embalagem. O mel mofa, pega umidade e estraga – garante Pivetta.

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APICULTURA REGIONAL EM NÚMEROS

Os números de apicultores e da produção regional e local variam. Ainda é um desafio para os órgãos mapear a atividade apicultora.

– São apenas estimativas de cada entidade, e tem a questão que poucos apicultores são cadastrados nas Inspetorias de Defesa Animal. Estamos apoiando a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural para orientar os apicultores para fazerem seus cadastros nas inspetorias e declararem suas colmeias – explica a assistente técnica de produção animal da Emater Regional Santa Maria, Elusa Andrade.

A Emater Regional Santa Maria atende pequenos produtores em 15 municípios da região onde há atividade de apicultura. Conforme levantamento, o órgão acompanha em torno de 135 produtores com aproximadamente 8.500 colmeias. A produção média, segundo a Emater, é de 200 toneladas por ano nestas cidades.

De acordo com dados da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), que incluem municípios da Região Central e do Vale do Jaguari, são cerca de 240 apicultores que cuidam de quase 34 mil colmeias em 11 cidades. Por ano, segundo a Fargs, são produzidas quase 330 toneladas de mel.

Em Santa Maria, conforme a secretaria de Desenvolvimento Rural, na produção formal são cerca de 20 apicultores responsáveis pela produção de 10 toneladas do produto por ano.

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