Após ser proferida a sentença que manda a júri popular os quatro réus do principal processo referente à tragédia na boate Kiss, os advogados dos acusados já começam a pensar nas medidas para tentar reverter a decisão do juiz Ulysses Fonseca Louzada, titular da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, responsável pelo andamento do processo. Agora, os advogados podem recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça (TJ) do Estado. Para eles, a decisão do juiz teria de ter sido diferente, que não a pronúncia por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar).
Juiz decide que réus do processo criminal da Kiss vão a júri popular
Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, ex-sócios da Kiss, Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira (que tocava na boate na noite do incêndio) e Luciano Bonilha Leão, assistente de palco da banda, vão a julgamento por homicídio duplamente qualificado (por meio cruel e motivo torpe) 242 vezes, e por tentativa de homicídio de 636 pessoas.
Confira a rotina dos réus do processo criminal
Mário Cipriani, defensor de Mauro Hoffmann, ex-sócio da Kiss, disse estar surpreso com a sentença e afirma que a decisão é inaceitável:
– Ainda estou lendo a decisão, mas ela é juridicamente inaceitável. Tinha a convicção de que o juiz daria uma decisão diferente, porque as provas do processo levam a uma decisão diferente, que não seja essa de pronúncia. É uma sentença bastante extensa, vou ler com muita calma e, possivelmente, vou interpor embargos de declaração, pois algumas teses nossas não foram suficientemente esclarecidas por ele na sua motivação – destaca Cipriani.
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