A empresa nomeada pela Justiça para administrar o Clube Caixeiral entregou o relatório inicial com a análise da situação da entidade e fez uma série de sugestões para o clube. Entre elas, demitir os cinco funcionários porque a entidade não tem receita suficiente para bancá-los, e convocar uma audiência de conciliação com a prefeitura e o Ministério Público para tentar uma solução para a situação do prédio, que está parcialmente destelhado desde fevereiro de 2018.
Segundo a advogada Francini Feversani, sócia da empresa administradora judicial que está na direção temporária do clube, como o prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo município, haveria interesse da prefeitura de buscar uma solução para o problema. Francini disse que o clube e o município pediram uma audiência de conciliação junto ao MP, em que o Caixeiral deve apresentar a proposta de que o poder público banque a realização de um laudo estrutural do edifício para saber se ele oferece risco de desabar ou não.
O custo para fazer o laudo e alguma eventual reforma seria inscrito como dívida ativa para o clube pagar futuramente o município, segundo o que vai ser proposto pelo Caixeiral e dependerá de acordo entre as partes e de aval da Justiça. Essa audiência tem relação com a ação judicial que a prefeitura exigiu do clube a reconstrução do telhado para evitar risco futuro de desabamento do prédio. A reunião não tem data para ocorrer.
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– Não se nega a necessidade da reforma ou da realização dos laudos estruturais. O fato é que o Clube Caixeiral tem um patrimônio expressivo, mas ele não tem liquidez, não tem dinheiro para realizar essas atividades. A expectativa é que a gente possa compor essa situação, porque o principal ponto é identificar riscos e estancar esses riscos. A realização desse laudo estrutural é extremamente importante porque ele é quem vai atestar quais são os riscos que o prédio apresenta. Esse seria o primeiro passo – afirmou Francini.
Sobre a situação dos cinco funcionários do clube, a sugestão da empresa que está na gestão do Caixeiral é a demissão.
– Encontramos o clube totalmente descapitalizado, mas mesmo assim existem alguns funcionários registrados. Nós sugerimos a extinção dos contratos de trabalho, claro que pagando todos os seus direitos. Mas o fato é que o faturamento do Caixeiral é completamente consumido pelos pagamentos de funcionários e não é sustentável – disse a advogada.
A empresa de administração judicial segue na gestão do Caixeiral até o Judiciário entender que é necessário. Ela foi nomeada pelo Judiciário no dia 6 de abril, quando o juiz deu uma liminar e acatou pedido de quatro associados que entraram com ação alegando que o Caixeiral estava “acéfalo”, pois o mandato da diretoria eleita em 2018 já teria vencido.Uma nova diretoria do clube afirmou que foi eleita no início de abril deste ano e entrou com contestação nesse processo, pedindo para reassumir a direção do Caixeiral. O pedido ainda não foi apreciado pelo juiz do caso.