A solidariedade aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul chega de todos os lugares. Doações, campanhas e ajuda humanitária formam uma corrente do bem para ajudar quem perdeu quase tudo que tinha. Um desses elos chegou de Presidente Prudente, em São Paulo, para atuar em Santa Maria e na Quarta Colônia. Uma equipe do Projeto Esperança desembarcou na região na última semana. A iniciativa, que existe há 32 anos, atua em prol de pessoas em situação de vulnerabilidade.
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Não é a primeira vez que o projeto auxilia atingidos pelas enchentes. O coordenador do projeto, Luiz Baldez Junior, 41 anos, conta que a iniciativa surgiu dentro de casa, em uma conversa com os pais. Naturais de Santa Maria, eles se mudaram para São Paulo nos anos 90 e começaram a ver de perto e de forma mais intensa a realidade de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Ainda criança, ele iniciou a trajetória no projeto que, no nos primeiros anos, atuava na cidade de Presidente Prudente.
– Nós somos aqui de Santa Maria. Não tínhamos muito contato nem conhecíamos muito a realidade de pessoas em vulnerabilidade social. Quando chegamos em São Paulo tivemos um choque. Muitas comunidades lá precisavam de ajuda. Foi quando criamos o projeto com o objetivo de atender as necessidades locais em Presidente Prudente – afirma Luiz.
Em 2008, foi criado o S.O.S Catástrofe, um dos braços do projeto. Assim, de lá para cá, a iniciativa também atende regiões que sofrem com desastres ambientais ou naturais.
– Desde então, fazemos mobilizações na nossa cidade e em outras regiões afetadas não só em relação a doações, mas também com pessoas que têm disponibilidade de doar seu tempo, seu amor e seu cuidado para quem fica fragilizada, que precisam de atenção – afirma Luiz.
Reforço para municípios da região
A equipe que desembarcou na região é composta por 15 voluntários, entre médicos veterinários, bombeiros, terapeutas e enfermeiros. Parte desses profissionais têm atuado em municípios da Quarta Colônia e outros no Centro Desportivo Municipal (CDM), onde são recebidas doações.
– Sou filho da terra, não tem como escutar o que está acontecendo e não fazer nada. Entendemos que naquele primeiro momento da catástrofe existe uma comoção nacional e chega força. Mas depois de duas ou três semanas cai na normalidade e algumas pessoas pensam que não precisa mais de ajuda. E o pior: nós temos aí braços cansados, pessoas que já estão na lida a tantos dias que queriam muito dar uma respirada. Então, nós chegamos para poder dar esse reforço – afirma Luiz.
Outro município contemplado pelo projeto recentemente foi Faxinal do Soturno. Desde terça-feira (24), voluntários atendem os moradores que, de alguma forma, foram atingidos pelas fortes chuvas registradas na região. Lá, oferecem diferentes auxílios como entrega de doações, consulta com terapeutas e atendimentos médicos. Os animais de estimação das famílias também recebem o amparo necessário. Limpeza de escolas e casas estão na lista de ações realizadas no município que, conforme Luiz, não tem data para acabar.
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