data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
A segunda defesa a participar da tréplica do júri do Caso Kiss foi a de Mauro Hoffmann. Quem iniciou a fala foi o advogado Mario Cipriani, que falou depois de Tatiana Borsa, representante de Marcelo de Jesus dos Santos.
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O defensor disse que não há, na acusação, base para afirmar o que Mauro de fato fez para que seja considerado réu. Ele também criticou a réplica do Ministério Público.
- Erraram na acusação. Isso não representa ausência de responsabilidade das pessoas, de muitas. Preferia que Mauro tivesse uma conduta imputada a ele. "O Mauro fez isso". E aí eu poderia tentar demonstrar, e com certeza demonstraria, por que ele fez isso. Mas eu não tenho esse elemento - falou.
Mario criticou a acusação também na postura. Conforme o advogado, foi uma "exploração da dor alheia". Ele também pediu que fosse apresentado "ao menos meio elemento de prova", o que, segundo ele, não aconteceu.
FISCALIZAÇÃO
Mario falou que a entrada de Mauro como sócio da Kiss foi condicionada à regularidade da boate. Ele argumentou que as obras da Kiss foram sugeridas a partir do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do MP.
- Quando o Mauro se torna sócio, todas essas circunstâncias da boate já tinham sido fiscalizadas - pontuou.
CRÍTICAS
Mario voltou a criticar a acusação. Ele exibiu uma entrevista do promotor David Medina, em que ele afirmava que não era possível colocar "todo mundo que tinha que fiscalizar e não fiscalizou no banco dos réus".
- As pessoas que tinham que fiscalizar e não fiscalizaram, não tem problema. O Mauro, que não é engenheiro, arquiteto, e procura investir em vários segmentos, tem obrigação de fiscalizar? - questionou.
Em seguida, o advogado Bruno Seligman assumiu a fala. Ele, assim como o colega, criticou a exibição de fotos sensíveis a familiares que acompanham o júri. Bruno retomou novamente o teor da acusação.
- Tudo para sustentar uma acusação sem prova de dolo eventual. Uma acusação que não tem amparo jurídico - argumentou.
SUSTENTAÇÃO
A argumentação da principal tese defensiva foi retomada. Bruno apontou depoimentos que indicavam que Mauro era apenas sócio investidor da boate e não tinha poder de decisão sobre a Kiss. Também foi dito que o Mauro chegou a parar o pagamento da compra de parte da boate para aguardar as adequações do TAC.
Foi mencionada a instalação da espuma de isolamento. O defensor retomou depoimentos de testemunhas que indicavam que o material foi instalado por ordem de Elissandro Spohr. O advogado encerrou citando a letra de "Podres Poderes", de Caeatano Veloso e com o pedido de absolvição ou desclassificação para crime culposo.