STF decide pela suspensão do novo júri da Kiss que estava marcado para 26 de fevereiro

STF decide pela suspensão do novo júri da Kiss que estava marcado para 26 de fevereiro

Foto: Nathália Schneider (Diário/Arquivo)

Nesta sexta-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli deferiu a solicitação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), motivado por manifestação da Associação dos Familiares e Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), pela suspensão do novo julgamento da boate Kiss que estava marcado para o dia 26 de fevereiro. Ele suspendeu o júri até que o próprio STF analise o recurso extraordinário sobre a anulação do julgamento ocorrido em 2021.


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Em dezembro de 2023, o MPRS tinha recorrido da decisão anterior de Toffoli. Na época, o ministro havia negado o pedido por razões processuais. Ele considerou que o Supremo não poderia atuar no caso e sequer analisou o pedido em liminar do Ministério Público do RS.


A decisão desta sexta-feira atende à manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que, em janeiro deste ano se manifestou favorável ao adiamento, por entender que a suspensão deva valer até que seja analisado o recurso contra a anulação do primeiro júri. A PGR também sinalizou que a suspensão serviria como forma de economizar gastos com a preparação do novo julgamento.


Confira trechos da decisão:

"Por fim, a realização da sessão do júri designada para ocorrer no próximo dia 26/2/2024 pode conduzir a resultado diverso do primeiro julgamento, causando tumulto processual, não se podendo ainda, por razões óbvias, antever o desfecho do recurso extraordinário. Esse cenário autoriza concluir pela possibilidade de virem a ser proferidas decisões em sentidos diametralmente opostos, tornando o processo ainda mais demorado, traumático e oneroso, em razão de eventuais incidentes."


"Com essas considerações, defiro o pedido de efeito suspensivo ao recurso extraordinário formalizado pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, determinando, por consequência, a suspensão da sessão de julgamento do Tribunal do Júri designada para o dia 26/02/2024 até apreciação por esta Corte dos recursos extraordinários interpostos."


Repercussão


Ainda na noite de sexta-feira, o MPRS se manifestou por nota em que afirma que conforme o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, a decisão do STF é um sinal concreto de que a tese acusatória sustentada pelo Ministério Público do Estado no júri está correta e que as decisões de anulação do julgamento merecem correção.


Conforme manifestação da promotora de Justiça que atuou no júri em 2021, Lúcia Helena Callegari, a justiça está sendo feita. 

— Esta decisão que suspendeu o julgamento atendeu os anseios das famílias, das vítimas e dos sobreviventes. Eles não queriam se deparar com um novo julgamento sem que tivesse uma decisão do STF. A Constituição fala em soberania do Tribunal do Júri, garantia dos vereditos e essa garantia de soberania não estava sendo respeitada até este momento com a anulação do julgamento por questões que entendo inexistentes. Os quatro réus foram condenados e esta decisão que veio do povo tem de ser respeitada — disse.


Já o presidente da AVTSM, Gabriel Rovadoschi, afirmou que a decisão traz alívio para as vítimas e familiares, e que a expectativa agora é para que a decisão do julgamento do recurso no STF saia quanto antes:


— A nossa maior preocupação é a saúde de todos os familiares sobreviventes diretamente afetados pela tragédia. E quando a gente fez o pedido pela suspensão do júri, foi por reconhecer o quão danoso seria enfrentar um novo julgamento com toda a sua carga emocional e todas as exigências de outras ordens, como a questão de saúde física, logística e outras mais. A gente sabe que a história sempre esteve e sempre estará do nosso lado, mas o ato processual do júri não se resume a um simples ato, mas sim em submeter todas as partes a extremos níveis de estresse e risco. 

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