Motoristas reclamam da demora em trechos de "Pare e Siga" da RSC-287

Thais Immig

O empresário Bruno Furquim, 34 anos, desloca-se pela RSC-287 com frequência e, assim como outros motoristas, tem reclamado da demora nas viagens por conta das obras na rodovia. Ele tem levado cerca de 40 minutos a mais no trajeto de São Borja a Porto Alegre devido a atraso no deslocamento, especialmente no trecho de Santa Maria. Assim como ele, outros motoristas relataram dificuldades no trajeto. Esse problema será estudado pelo governo do Estado, após queixas feitas pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Santa Maria (Cacism).

Fotos: Beto Albert (Diário)

Conforme o presidente da Cacism, Andrei Lacerda, existem diversos relatos de usuários que enfrentam demora nos deslocamentos pela RSC-287:

- As pessoas têm demorado mais de cinco horas e meia para fazer a viagem até Porto Alegre. E tudo isso é resultado da quantidade de "Pare e Siga" por conta das obras. Além disso, há filas em pedágios e más condições nas rodovias - afirma Lacerda.

A vendedora Márcia Vieira, 36, faz o trajeto de Santa Maria a Santa Cruz uma vez por mês e relata filas extensas no "Pare e Siga", bem como nos pedágios. Ela acredita que futuramente a obra será benéfica, mas, no momento, tem atrapalhado quem depende do deslocamento para trabalhar e cumprir os horários. O militar da reserva Claito Cruz, 55, enfrenta o mesmo problema:

- Eu sou de Santa Maria e faço o trajeto até Porto Alegre uma vez por semana. Quanto mais a gente reclama, pior fica. Se tu tem um compromisso em outra cidade, precisa sair pelo menos com uma hora de antecedência. Tem buraco e, de noite, é um perigo viajar porque fico com medo de furar um pneu. Durante meses, eu ia só pela BR-290 para não perder esse tempo.

Segundo a Rota de Santa Maria, a recuperação completa da RSC-287, que inclui os reparos profundos, está sendo feita em etapas e tem previsão para ser finalizada em agosto de 2026, conforme os prazos estipulados no contrato do governo do Estado. O sistema de Pare e Siga será mantido nas obras de recuperação.


Quanto à queixa de motoristas de que há, eventualmente, máquinas paradas mesmo em dias de sol, a Rota faz o seguinte esclarecimento: quando há previsão de chuva, não pode iniciar a intervenção na pista, pois, se fizesse isso, após o evento climático, teria de drenar a água acumulada e esperar secar para então retomar a obra. Com isso, o tempo total das atividades seria maior do que o previsto no cronograma, impactando na trafegabilidade dos usuários da rodovia.


Quanto ao tempo de parada nos Pare e Siga, a Rota compreende que, para os motoristas, é um transtorno, mas que segue as normas técnicas, de liberar o tráfego de cada lado de 15 em 15 minutos. Às vezes, o tempo é um pouco maior para otimizar a parada do fluxo de ambos os lados e já fazer a movimentação de máquinas, evitando a necessidade de mais bloqueios de trânsito ao longo do dia.


Quanto às obras próximas aos pedágios, ela informa que ao liberar um lado da via, automaticamente todas as cabines são redirecionadas para o atendimento neste sentindo, aumentando a capacidade de atendimento, garantindo maior fluidez no deslocamento.


Pontos com "Pare e Siga" na RSC-287 (em 10/04) - já em dias de chuva, são apenas dois locais:

  • Km 79 ao 80 - Venâncio Aires
  • Km 126 ao 127 – Vale do Sol
  • Km 134 ao 135 – Candelária
  • Km 139 ao 140 – Candelária
  • Km 161 ao 163 – Novo Cabrais
  • Km 167 ao 169 – Paraíso do Sul
  • Km 221 ao 222 – Santa Maria
  • Km 229 ao 230 – Santa Maria
Trânsito lento tem sido registrado no trecho que fica perto da Base Área de Santa Maria


Demora no deslocamento será estudada pelo governo do Estado

A demora nas viagens será estudada pelo governo do Estado. Para isso, um grupo de trabalho será formado entre o governo do Estado, a Concessionária Rota de Santa Maria (grupo Sacyr) e a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism) para analisar a infraestrutura da RSC-287, no trecho entre Santa Maria e Tabaí. A decisão foi tomada depois de uma reunião realizada no gabinete do vice-governador Gabriel Souza, na terça.

Conforme o presidente da Cacism, Andrei Lacerda, a principal reivindicação relatada ao vice-governador foi a demora no deslocamento de Santa Maria até Porto Alegre. Outros problemas, como condições precárias da rodovia e fila nos pedágios, também foram pontuados:

- Vamos tentar dialogar com o vice-governador e a Secretaria de Parcerias e Concessões para que possamos achar uma solução. Não somos contra as obras, só queremos que as coisas sejam resolvidas. Então, foram relatados esses problemas e encaminhamos uma reunião de trabalho para que a gente diminua esse tempo - com limites de Pare e Siga, além de obras à noite para impactar menos a vida dos usuários.

Uma segunda reunião, a ser realizada em Santa Maria, será marcada para definir os próximos passos do estudo.

*Colaborou Tayline Manganeli

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Trânsito no Viaduto da Uglione sofrerá bloqueios na quinta-feira e no sábado e outras 5 notícias Anterior

Trânsito no Viaduto da Uglione sofrerá bloqueios na quinta-feira e no sábado e outras 5 notícias

Governador do RS sanciona lei que permite construção de barragens e açudes em áreas de preservação permanente Próximo

Governador do RS sanciona lei que permite construção de barragens e açudes em áreas de preservação permanente

Geral