“Escutamos ruídos muito fortes, até que o cabo arrebentou e caiu”, detalha vítima que estava no elevador no momento da queda

Thais Immig

Fotos: Beto Albert (Diário)

Ruídos estranhos, estalos e o impacto da queda são lembranças ainda bem presentes para o estudante de educação física da UFSM Pedro Abreu Domingues, 24 anos. Ele estava no elevador que despencou no prédio 40C da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na tarde da quarta-feira (17). Ele, três colegas do projeto de pesquisa e uma professora estavam no local no momento da queda, que ocorreu por volta das 16h30min.

- Eu lembro de ter ouvido ruídos muito estranhos quando entrei no elevador, o que não é normal. E aquilo já nos colocou em suspeita. A gente escutou estalos e um barulho forte até que o cabo arrebentou e o elevador caiu totalmente - lembra Pedro.

O aluno conta que o elevador caiu do segundo andar. Com o impacto, o piso do elevador rachou e outras estruturas do equipamento ficaram comprometidas:

- O piso era granito, eu acho, e rachou. Eu fui ferido por alguns estilhaços que provavelmente saíram dali. O vidro do elevador também quebrou, eu até tive pequenos cortes nos dedos. Toda a estrutura foi relativamente comprometida.

As vítimas ficaram alguns minutos no elevador até a ambulância e o resgate chegar, feito pelo Corpo de Bombeiros, o Samu e o Serviço de Emergência Universitário (SEU). Ele foi encaminhado para o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, local onde recebeu o atendimento.

- Eu sentia muita dor nas pernas, quase nem conseguia movê-las. Ficamos alguns minutos ali ainda, dentro do elevador, até o resgate chegar. Mas ele chegou relativamente rápido e conseguiu retirar a gente ali dos escombros - conta o estudante de Educação Física.

Pedro sofreu fraturas no pé e no calcanhar direito. Por esse motivo, vai ficar no mínimo quatro semanas com uma bota ortopédica, mas já se recupera em casa na companhia da mãe da Kathia Abreu Domingues, 59 anos, que acompanhou o filho no hospital.

- A gente não espera que isso aconteça. Eles são estudantes, estão o tempo todo se deslocando. Fico pensando o que pode ter acontecido em relação ao sistema de segurança. Penso em primeiro lugar no meu filho, óbvio, mas nos outros também - afirma Kathia.

Pedro sofreu fraturas no pé e no calcanhar direito.

O jovem estava acompanhado de outros três colegas e da professora que coordena o grupo de pesquisa do qual fazem parte. Pedro que já cursou dois anos de filosofia antes e estava fazendo um trabalho interdisciplinar. Eles estavam no prédio 40 C para fazer uma das atividades do grupo de pesquisa quando o incidente aconteceu.

Apesar do susto, agora o sentimento é de alívio por estar em casa. Recentemente, Pedro entrou no grupo de atletismo da UFSM e, por isso, espera que a recuperação aconteça da melhor forma possível.

- Meu sentimento é de alívio por saber que poderia ter sido mais grave a situação. Também de alívio em relação ao estado dos que estavam comigo. É um alívio por não ter acontecido coisas piores que esse acidente poderia proporcionar - afirma Pedro.

Pedro se recupera em casa na companhia da mãe Kathia.


Outras vítimas permanecem em acompanhamento médico

A professora e os outros três alunos que ocupavam o elevador no momento do acidente sofreram ferimentos e permanecem em acompanhamento médico em diferentes hospitais da cidade.​ Uma das vítimas, o estudante de filosofia José Paulo de Moura Groff, 26 anos, teve um pé fraturado e passou por cirurgia no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) na madrugada desta quinta (18).


Polícia Federal e UFSM investigam o caso

O elevador que caiu no prédio 40 C da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na tarde desta quarta-feira (17), foi interditado. Por se tratar de uma ocorrência dentro de uma área da União, o caso será acompanhado pela Polícia Federal (PF). Uma equipe já deu início à perícia ainda na quarta.

Conforme informações da Polícia Federal de Santa Maria, uma equipe de peritos da unidade técnico-científica da PF compareceu ao local para coleta de informações que possam auxiliar na elucidação do fato. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar as circunstâncias e eventuais responsabilidades.

Em nota, o Corpo de Bombeiros esclareceu que houve rompimento dos fios do elevador.

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