"É um índice alarmante", diz especialista sobre número de crianças mortas por afogamento

Claudiane Veber e Maria Júlia Corrêa

Foto: Nathália Schneider (Diário)

No último fim de semana, uma criança de apenas 2 anos morreu afogada ao cair dentro de uma piscina, na casa da família, em Cruz Alta. O fato acende o alerta sobre cuidados necessários com os pequenos, principalmente nesta época do ano, quando muitos procuram a água para se refrescar.


Crianças precisam de cuidados especiais e muita atenção. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), quatro crianças morrem diariamente por afogamento no Brasil.


De acordo com o tenente Evandro Leal, do 4º Batalhão de Bombeiros Militar, os afogamentos são, atualmente, uma das maiores causas de mortes de crianças até 4 anos:


– Sei o quão preocupante são as doenças e remédios, porém pouco se fala dos índices de afogamentos entre crianças de 1 a 4 anos de idade no Brasil. É um índice tão alarmante quanto. As pessoas precisam dar atenção a isso também.


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Ainda segundo Leal, a maioria dos afogamentos de crianças ocorre dentro do ambiente residencial, em piscinas, banheiras e até em baldes.


– A piscina, muitas vezes feita para ser um lazer da família, se torna uma armadilha para as crianças. É essencial que os adultos cuidem se as portas ou portões da casa estão abertas. Uma criança que está aprendendo a caminhar pode sair andando e parar na área da piscina, por exemplo. Se a piscina puder ficar coberta, é melhor.



Outro local reforçado são as banheiras. Ele afirma que dependendo da idade e da altura, se a criança escorregar no local, pode até conseguir se virar e levantar. Porém, se for menor, ela terá dificuldades:


– A hora do banho da criança, se for em uma banheira, não pode ser desassistido. Não é indicado deixar a criança sozinha brincando ali. Normalmente, alguns pais podem usar esse momento para fazer outras tarefas e até mexer no celular, porque parece algo inofensivo, mas é arriscado. Em menos de dois minutos, a criança pode afundar.


Um terceiro cuidado para ser redobrado em casa é com o balde, que não é tão inofensivo quanto parece:


– O balde comum tem capacidade entre 18 e 20 litros de água. O adulto pode encher ele até certa altura com água, colocar a criança nele e deixar ela brincando. A depender do tamanho, ela não teria força para virar o balde caso algo aconteça, muito menos gritar. 


São cuidados que em um primeiro momento, parecem simples. Porém, necessitam de atenção por parte dos responsáveis, já que qualquer momento de distração pode ser fatal.



Cuidados também valem em clubes

Foto: Deni Zolin (Arquivo/Diário)


Os clubes da cidade contam com guarda-vidas, profissionais contratados para dar orientações e olhar com atenção aos banhistas. Mas isso significa que os adultos não precisam se preocupar com as crianças nestes locais? Não é bem assim, de acordo com Leal.


– Os guarda-vidas estão nestes locais para prezar pela segurança dos banhistas, de fato. Porém, eles cuidam por região e não de forma individual. Imagina olhar para cada uma das crianças, fora os adultos? É humanamente impossível. Por isso, os pais ou responsáveis não estão isentos dessa tarefa.


A criança se afogou em casa, o que fazer?

  1. Se a criança caiu dentro da piscina de casa, um adulto que saiba nadar precisa entrar e retirar ela desse local imediatamente e deixá-la deitada. O mesmo vale para o balde ou banheira;
  2. Na sequência, acionar os bombeiros via 193 ou 192. Em locais mais restritos, é possível acionar a Brigada Militar via 190;
  3. Enquanto aguarda a chegada dos bombeiros, se possível, a recomendação é que se faça uma manobra de reanimação cardiopulmonar, que engloba a compressão toráxica + a respiração boca a boca, caso alguém no local saiba fazer. 

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