Câmara de Itaara abre CPI contra prefeita em exercício

O cenário político em Itaara segue conturbado. E isso não vem de hoje. O afastamento do prefeito Sílvio Weber (PSB), em novembro do ano passado, com a Operação Santidade, não arrefeceu os ânimos. Ao contrário, a briga dentro do PSB segue fervilhando. Na última semana, foi aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a prefeita em exercício, Salete Desconzi (PSB), conhecida como Tita Desconzi, por, supostamente, permitir que seu marido, o ex-prefeito Dudu Rosa, despachasse na administração municipal e até desse ordens a servidores. O autor de pedido da CPI é o vereador Oberdan Nunes, do mesmo partido de Tita.

“A prefeita permitiu que seu esposo, sem ocupar nenhum cargo público, esteja atuando como prefeito eleito dando ordens a funcionários”, afirmou Oberdan em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da CDN, na última sexta-feira. Segundo ele, depois do anúncio da CPI, Dudu teria se afastado da administração. Contudo, ele acrescentou que “há prova testemunhal” da presença do político no Executivo.  

Há uma divisão dentro do PSB que se acentuou com o afastamento de Weber, que acusou o ex-presidente da Câmara Mano Zimmermann, também da mesma sigla, pelas denúncias que resultaram na Operação Santidade. “Essa briga já havia desde o início do mandato do prefeito Silvio”, disse Oberdan, que foi secretário de Infraestrutura do chefe do Executivo afastado. No dia da operação, o vereador foi alvo de busca e apreensão em sua residência pelo fato, segundo ele, de ter assinado notas de empenho do pagamento de serviços. “Eu não trabalho com coisas ilícitas, eu não fiz nada errado, o serviço foi executado”, garantiu Oberdan, sobre uma das denúncias envolvendo a administração de Weber. Ao longo dos quase dois anos do mandato do prefeito afastado, foram cinco CPIs instaladas no Legislativo.  A coluna procurou a prefeitura para uma posição sobre a abertura da CPI, mas até o fechamento da coluna, não teve retorno.