Para grande parte dos santa-marienses, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda é a principal forma de acesso à saúde, sendo de praxe recorrer ao atendimento e agendamento de consultas nas unidades de saúde sempre que necessário. Entretanto, algumas situações durante o processo tende colocar em jogo a integralidade, equidade e universalização, que são princípios deste sistema.
Na tarde desta sexta-feira (24), uma mulher de 57 anos passou por um constrangimento enquanto tentava agendar uma consulta médica. O caso ocorre em uma unidade de saúde na região norte de Santa Maria.
O caso
Ao Diário, a moradora do Bairro Chácara das Flores relatou ter tentado, durante uma semana, marcar uma consulta por telefone para a mãe, que tem 80 anos e diversos problemas de saúde, e não obteve sucesso. Após diversas tentativas, ela resolveu ir ao posto de saúde nesta sexta-feira, chegando por volta das 12h15min no local.
A unidade em questão disponibilizou 10 fichas para agendamento de consulta e o início da distribuição estava marcado para às 13h. Quando o atendimento começou, a recepcionista atendeu os 10 primeiros usuários da fila, presencialmente, no balcão do posto. Com o fim das fichas, a mulher questionou a recepcionista sobre como proceder:
– Ela disse: ‘a senhora vai lá fora e fica lá tentando ligar para cá, que assim a gente consegue marcar uma consulta’. Eu fui para fora e liguei para o posto várias vezes. Entrei no posto e elas não tinham tocado no telefone. Então, eu disse que estava ligando para marcar a consulta e elas disseram que não tocou o telefone. Mas, eu estava na linha e estava chamando. Ela disse para eu voltar lá para fora e tentar de novo.
De acordo com a moradora, em nenhum momento, a funcionária teria explicado o motivo da orientação e mesmo questionando a situação, continuou tentando marcar o atendimento, assim como outras duas pessoas que aguardavam na unidade.
– Quando consegui a ligação, agendei a consulta para a mãe e passei o telefone na mesma ligação para o senhor também agendar consulta, porque ele tinha exame para entregar para o médico e estava tentando ligar, mas não conseguia. Em momento nenhum fui estúpida com ela porque entendo que ela está trabalhando e esse é o serviço dela. Mas eu fui mal atendida – ressalta a moradora.
Ao Diário, a mulher relata ter buscado ajuda para evitar que novas situações ocorram, especialmente, envolvendo a população idosa:
– Tinha mais gente lá reclamando também. As funcionárias não estão explicando direito para o pessoal como deve proceder. Elas mandam ligar e nós ligamos e não conseguimos. A gente vai lá para a frente (da unidade) marcar consulta e não consegue. Ou chega lá e diminuíram as fichas. Eu só estou contando isso por causa da minha mãe e de outros idosos que estavam lá na fila. Eu achei uma falta de respeito.
O que diz a prefeitura?
O Diário entrou em contato com a prefeitura de Santa Maria, que se manifestou sobre o ocorrido por nota. Leia na íntegra:
A prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, investiga a situação pontual apresentada pela reportagem. Para que os fatos possam ser esclarecidos em sua totalidade, e para não responder de forma leviana, o Executivo Municipal vai precisar de mais tempo na análise do caso. Sobre os agendamentos de consulta via telefone, a pasta municipal segue legislação em que garante marcação por contato telefônico para grupos prioritários (idosos, pessoas com deficiência, entre outros). Para estes, é reservado 30% da capacidade total de atendimento de cada unidade de saúde. A Secretaria de Saúde salienta que a UBS atende, neste momento, com a equipe reduzida, pois uma enfermeira do local está em atestado médico.
Ouvidoria
A ouvidoria pode ser acionada por qualquer cidadãos nas seguintes situações:
Para comunicar alguma situação relativa ao serviço público prestado (elogios, reclamações ou sugestões) ou para encaminhar denúncias sobre a conduta de algum servidor público ou irregularidades.
Quando não conseguir acesso à solicitação do serviço públicos desejado, seja por falha, indisponibilidade ou negativa de atendimento.
Quando for aberta uma solicitação de serviço, por meio dos canais oficiais de atendimento, e essa for respondida pelo órgão como finalizada ou possuir prazo de atendimento vencido sem que o serviço tenha sido realizado por completo, ou caso tenha sido executado de forma inadequada. Portanto, solicitações de serviços e pedidos de providências sobre situações gerais da cidade devem ser encaminhadas diretamente pelas Secretarias competentes.
O serviço funciona de três formas:
Por Telefone: (55) 156, de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 13h30min.
No Online: No formulário disponível 24h.
Presencial: De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 13h30min, no Centro Administrativo Municipal (Rua Venâncio Aires, 2277, 4º andar) d
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