“Achei uma falta de respeito”, afirma moradora de Santa Maria que sofreu constrangimento em posto de saúde

Arianne Lima

“Achei uma falta de respeito”, afirma moradora de Santa Maria que sofreu constrangimento em posto de saúde
Foto: Nathália Schneider (Diário)

Para grande parte dos santa-marienses, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda é a principal forma de acesso à saúde, sendo de praxe recorrer ao atendimento e agendamento de consultas nas unidades de saúde sempre que necessário. Entretanto, algumas situações durante o processo tende colocar em jogo a integralidade, equidade e universalização, que são princípios deste sistema.

Na tarde desta sexta-feira (24), uma mulher de 57 anos passou por um constrangimento enquanto tentava agendar uma consulta médica. O caso ocorre em uma unidade de saúde na região norte de Santa Maria.

O caso

Ao Diário, a moradora do Bairro Chácara das Flores relatou ter tentado, durante uma semana, marcar uma consulta por telefone para a mãe, que tem 80 anos e diversos problemas de saúde, e não obteve sucesso. Após diversas tentativas, ela resolveu ir ao posto de saúde nesta sexta-feira, chegando por volta das 12h15min no local.

A unidade em questão disponibilizou 10 fichas para agendamento de consulta e o início da distribuição estava marcado para às 13h. Quando o atendimento começou, a recepcionista atendeu os 10 primeiros usuários da fila, presencialmente, no balcão do posto. Com o fim das fichas, a mulher questionou a recepcionista sobre como proceder:

– Ela disse: ‘a senhora vai lá fora e fica lá tentando ligar para cá, que assim a gente consegue marcar uma consulta’. Eu fui para fora e liguei para o posto várias vezes. Entrei no posto e elas não tinham tocado no telefone. Então, eu disse que estava ligando para marcar a consulta e elas disseram que não tocou o telefone. Mas, eu estava na linha e estava chamando. Ela disse para eu voltar lá para fora e tentar de novo.

De acordo com a moradora, em nenhum momento, a funcionária teria explicado o motivo da orientação e mesmo questionando a situação, continuou tentando marcar o atendimento, assim como outras duas pessoas que aguardavam na unidade.

– Quando consegui a ligação, agendei a consulta para a mãe e passei o telefone na mesma ligação para o senhor também agendar consulta, porque ele tinha exame para entregar para o médico e estava tentando ligar, mas não conseguia. Em momento nenhum fui estúpida com ela porque entendo que ela está trabalhando e esse é o serviço dela. Mas eu fui mal atendida – ressalta a moradora.

Ao Diário, a mulher relata ter buscado ajuda para evitar que novas situações ocorram, especialmente, envolvendo a população idosa:

– Tinha mais gente lá reclamando também. As funcionárias não estão explicando direito para o pessoal como deve proceder. Elas mandam ligar e nós ligamos e não conseguimos. A gente vai lá para a frente (da unidade) marcar consulta e não consegue. Ou chega lá e diminuíram as fichas. Eu só estou contando isso por causa da minha mãe e de outros idosos que estavam lá na fila. Eu achei uma falta de respeito.

O que diz a prefeitura?

O Diário entrou em contato com a prefeitura de Santa Maria, que se manifestou sobre o ocorrido por nota. Leia na íntegra:

A prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, investiga a situação pontual apresentada pela reportagem. Para que os fatos possam ser esclarecidos em sua totalidade, e para não responder de forma leviana, o Executivo Municipal vai precisar de mais tempo na análise do caso. Sobre os agendamentos de consulta via telefone, a pasta municipal segue legislação em que garante marcação por contato telefônico para grupos prioritários (idosos, pessoas com deficiência, entre outros). Para estes, é reservado 30% da capacidade total de atendimento de cada unidade de saúde. A Secretaria de Saúde salienta que a UBS atende, neste momento, com a equipe reduzida, pois uma enfermeira do local está em atestado médico.

Ouvidoria

A ouvidoria pode ser acionada por qualquer cidadãos nas seguintes situações:

Para comunicar alguma situação relativa ao serviço público prestado (elogios, reclamações ou sugestões) ou para encaminhar denúncias sobre a conduta de algum servidor público ou irregularidades. 

Quando não conseguir acesso à solicitação do serviço públicos desejado, seja por falha, indisponibilidade ou negativa de atendimento.

Quando for aberta uma solicitação de serviço, por meio dos canais oficiais de atendimento, e essa for respondida pelo órgão como finalizada ou possuir prazo de atendimento vencido sem que o serviço tenha sido realizado por completo, ou caso tenha sido executado de forma inadequada. Portanto, solicitações de serviços e pedidos de providências sobre situações gerais da cidade devem ser encaminhadas diretamente pelas Secretarias competentes.

O serviço funciona de três formas:

Por Telefone: (55) 156, de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 13h30min.

No Online: No formulário disponível 24h.

Presencial: De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 13h30min, no Centro Administrativo Municipal (Rua Venâncio Aires, 2277, 4º andar) d

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