rede municipal

VÍDEO: retorno do ensino híbrido ainda não chega a 40% das escolas

Janaína Wille e Rodrigo Ricordi

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Foto: Renan Mattos (Diário)/
Na EMEF Castro Alves, a professora Carmem da Silva (foto acima) ensina produção textual aos alunos que aderiram à sala de aula. Além de conferir a temperatura dos estudantes, a escola cumpre todas as normas de proteção

Desde o dia 18 de maio, as escolas municipais de Santa Maria têm permissão para retornar com aulas presenciais. Em pouco mais de um mês, menos de 40% das 80 instituições da cidade informaram que já voltaram com as atividades em sala de aula. Dessas, pelo menos 10 têm o retorno marcado para esta segunda-feira.


A maioria das escolas ainda não aderiu ao retorno, pois assim que o calendário de volta presencial foi apresentado pela Secretaria Municipal de Educação (Seduc), o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm) deflagrou uma greve ambiental e decidiu pela manutenção das aulas remotas. A greve teve forte aderência dos educadores na cidade, mas, agora, algumas escolas com plano de contingência aprovado, já começaram a receber os alunos.

Vacina chega para quem tem 40 anos nesta semana e segue com outros grupos de trabalhadores

Com retorno facultativo e escalonado, não há consenso entre as instituições. Há aquelas que recebem os alunos desde junho. Outras precisaram de mais tempo para preparar os protocolos e marcaram para esta segunda-feira o retorno. Há, ainda, aquelas que definiram a retomada para agosto, logo após o recesso escolar. Outro grupo ainda não definiu nenhuma data, visto que irão esperar a imunização completa dos professores, com as duas doses.

A Escola Municipal de Educação Infantil Vila Jardim, no Bairro Camobi, região leste de Santa Maria, foi uma das primeiras a voltar. Segundo a diretora, Cleiva Peripolli, nenhuma das professoras da escola aderiu à greve, e o retorno foi pensado, principalmente, para dar suporte às crianças que vivem em situação de vulnerabilidade. No total, 119 alunos estão matriculados na instituição, e 63 já voltaram a frequentar o espaço escolar.

- Temos aulas presenciais de terça a sexta. Na segunda, organizamos as equipes em plantões para entregar materiais para as famílias. Seguimos todas as regras, com o distanciamento demarcado nas salas e nas áreas de uso comum, como parquinhos e refeitório. Ou seja, apenas uma turma por vez por ir. E tudo é higienizado várias vezes por dia - explica a diretora.

Outra escola de Educação Infantil que voltou é a Ivanise Jann de Jesus. Lá, as aulas presenciais para as nove turmas são de segunda a quarta-feira. Nos outros dias, ocorre atendimento em plantões para as famílias que optaram pelas aulas remotas.

NOVA ROTINA

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Quando o Diário visitou a Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves, na sexta-feira, seis alunos do 9º ano, atentos, acompanhavam a aula sobre produção textual da professora Carmen Moraes da Silva. Antes de ingressar na sala, os estudantes formam uma fila no portão e têm a temperatura aferida. Com isso, a direção faz o controle e anota as informações em uma planilha.

- Somos bem cuidadosos com tudo, principalmente com o distanciamento. Como não temos recreio, as crianças recebem os lanches na sala mesmo. No banheiro, há higienização constante, sendo que é permitido o acesso de um aluno por vez - explica a diretora Rejane da Trindade Viegas.

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As aulas presenciais retornaram em 28 de junho. Do total de 420 matriculados, cerca de 30% preferiu voltar a escola. A prioridade foi dada para aqueles que sempre retiravam o material impresso na instituição e aos que não têm acesso a uma internet de qualidade.

NÃO VOLTARAM

Entre as escolas que ainda não começaram o retorno presencial, a maioria continua com plantões pedagógicos para entrega de materiais impressos aos alunos que não conseguem acompanhar as aulas por plataformas digitais. Os educadores também estão disponíveis, presencialmente para tirar dúvidas dos alunos nesses plantões. Em instituições como a Escola Rejane Garcia Gervini, as portas também estão abertas para receber os alunos que não têm acesso à internet. Nesse caso, os estudantes podem ocupar os computadores da escola para resolver as atividades e acompanhar as aulas.


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Município prevê volta a longo prazo, mas sem data definida

A secretária de Educação de Santa Maria, Lúcia Madruga, afirma que vem trabalhando desde junho de 2020 para o retorno presencial. O primeiro prazo era 1º de março. No entanto, com a bandeira preta, em final de fevereiro, houve o aumento do tempo para maio.

- Desde então, a gente se prepara com compra de materiais de higiene e limpeza, além de providenciar os EPIs, com máscaras para professores e alunos. Enquanto mantenedora, a secretaria vem fazendo o papel que é de dar condições para o ensino presencial. A vacinação dos professores já é uma realidade, muitos deles com duas doses. Além disso, temos a questão legal de que, a partir do decreto estadual de 15 de maio, que é de que o ensino remoto não se sustenta sem o acompanhamento do ensino presencial - afirma a secretária da pasta.

Lúcia informa que a realidade da rede municipal, até a última sexta-feira, é de que 38% dos pais que preencheram o formulário permitiram o retorno dos filhos ao ensino híbrido num universo de 15,3 mil de formulários preenchidos.

- Isso nos dá tranquilidade para fazer o que a gente propôs, que era voltar de forma gradual, escalonada e facultativa aos pais. Então, vamos ter um contingente pequeno de estudantes realmente circulando pelas escolas em função dessa opção dos pais e do fato de a escola ter que seguir esse regramento de protocolos - avalia a gestora.

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ENSINO VIRTUAL

Ainda conforme a secretária de Educação, este ano, as escolas da cidade terão um pouco de cada coisa: ensino presencial, entrega de tarefas para quem não tem acesso, e o avanço no ensino virtual. Lúcia Madruga ainda revela que, em breve, deve sair uma regulamentação para que a sala de aula seja utilizada, obrigatoriamente, por todas as escolas como um ambiente seguro de aprendizagem. No sentido do ensino virtual, foi implantada a plataforma Google Sala de Aula, em que todos os professores e alunos da rede têm acesso e e-mail institucional para desenvolver os trabalhos. Ainda há a utilização de outras plataformas de aprendizagem como a Aprimora, para alfabetização, e a Mangahigh, para ensino de matemática.

- Há uma caminhada do município em sentido ao ensino virtual. A garantia do acesso foi promovida por meio de entrega de atividades diretamente para os estudantes nas escolas, que ocorreu durante todo o ano de 2020 - informa ela.

FUTURO

Para Lúcia Madruga, ainda é difícil estabelecer um prazo para o retorno totalmente presencial. Na visão da secretária, não se pode trabalhar a curto prazo. Apesar dos sinais de avanço com a vacinação, inclusive de crianças a partir dos 12 anos, ela estima um longo caminho até a normalidade na educação como um todo. Uma das particularidades da rede municipal, de acordo com Lúcia, são as salas de aula pequenas, o que dificulta o processo.

- A gente tem clareza enquanto rede municipal que o retorno vai ser escalonado e gradual, até porque muitos pais vão realmente ter dificuldade de mandar os alunos para a escola presencialmente. O que temos feito é mostrar que a segurança tem sido proporcionada em todos os sentidos. Já essa volta ao normal eu não enxergo antes de 2022, 2023 - conclui Lúcia Madruga.

ESCOLAS

Já voltaram

  • EMEF Zenir Aita
  • EMEI Ivanise Jann de Jesus
  • EMEI Vila Jardim
  • EMEF Castro Alves
  • EMEI Glaci Corrêa da Silva
  • EMEF Leduvina da Rosa Rossi

Voltam nesta segunda-feira (5 de julho)

  • EMEF João Pedro Menna Barreto
  • EMEI Borges de Medeiros
  • EMEI Casa da Criança
  • EMEI Ida Fiori Druck
  • EMEI Núcleo Infantil - CAIC
  • EMEF Chácara das Flores
  • EMEI Darcy Vargas
  • EMEI Boca do Monte

Ainda não voltaram

  • EMEF Pinheiro Machado - Não voltou com aulas, mas tem plantões pedagógicos
  • EMEF Rejane Garcia Gervini - Não volta com aulas, mas os alunos podem ir na escola para usar internet
  • EMEI João Franciscatto - Volta em agosto
  • EMEI Luizinho De Grandi - Não volta antes de agosto
  • EMEF Rev. Alfredo Winderlich - Sem previsão
  • EMEI Sinos de Belém - Retorno previsto para 12 de julho
  • EMEF Altina Teixeira - Sem previsão
  • EMEF Antonio Gonçalves do Amaral - Volta em julho
  • EMEF Duque de Caxias - Sem previsão
  • EMEF Edy Maia Bertóia - Volta em agosto
  • EMEF Ione Medianeira Parcianello - Volta em agosto
  • EMEF João da Maia Braga - Aguarda resultado da assembleia do Sinprosm
  • EMEF Santa Helena - Volta em 12 de julho

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