retomada

UFSM tem retorno presencial de 100% dos técnicos

Gustavo Martinez


style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Esta quarta-feira marca o retorno presencial de 100% dos técnicos-administrativos em educação (TAEs) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A chuva que caía pela manhã desanimou o movimento de quem anda a pé pelo campus, mas a grande quantidade de carros nos estacionamentos da instituição já indicava o aumento de pessoas presentes.

Para Melissa Stein Carrier, secretária do curso de Engenharia da Computação, a volta presencial é positiva, mas ainda existem elementos que podem ser melhorados. Isso porque, segundo a servidora, o trabalho presencial traz uma qualidade melhor ao atendimento, ainda que os alunos não tenham retornado plenamente ao campus. Outro ponto levantado por Melissa é que no regime remoto é comum as tarefas serem realizadas fora do expediente, misturando a vida pessoal e o trabalho.

CONTRATEMPOS
Contudo, ela também reconhece que, apesar de sua situação ser confortável para o retorno, o caso não é o mesmo para todos os TAEs da universidade.

- Os colegas que pegam o transporte público alegam que os veículos estão lotados, além de poucos horários, então tem medo de aglomeração. Também a questão das salas de trabalho, tem prédios que são mais antigos, não tem tanta ventilação - comentou Melissa.

Outra preocupação é com a higienização apropriada dos locais. Melissa diz que outros servidores também afirmam que há locais onde os protocolos não são cumpridos apropriadamente.

Essas mesmas questões foram levantadas por Eloiz Guimarães Cristino, coordenador de formação política e sindical da ASSUFSM. O próprio espaço físico é um ponto de preocupação, pois o distanciamento social adequado seria impossível e determinados espaços.

Segundo Eloiz, a associação desenvolveu um dossiê onde levanta as limitações dos espaços físicos da universidade e a impossibilidade de praticar o distanciamento social adequado em certos locais.

Outro ponto questionado por Eloiz foi o pouco tempo hábil para adaptação. A portaria 35, que determinou o retorno presencial a partir de novembro, foi publicada no dia 25 de outubro. Por conta do feriado do Dia de Finados, a retomada começou hoje, 3 de novembro, nove dias depois.

- Nós não somos contra voltar, mas só que não estão sendo cumpridos todos os protocolos. Uma falta de diálogo com a categoria, às vezes a gente fica sabendo por meios de comunicação. Então, nosso diálogo tá muito difícil. - afirmou Eloiz.

Segundo o reitor da UFSM, Paulo Burmann, a retomada foi aprovada pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde para Educação (COE-E), levando em consideração o espaço necessário e todas as questões de higienização.

Entretanto, ele reconhece que as restrições orçamentárias da instituição afetaram os contratos com a empresa terceirizada que realiza a limpeza dos locais e pede que, caso algum servidor perceba uma situação de falha na higienização, entre em contato com a Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra).

A RETOMADA

Em outubro os técnicos-administrativos em educação da UFSM voltaram ao campus com o revezamento de turnos. 50% dos TAEs trabalham presencialmente pela manhã e a outra metade pela tarde. À época, essa decisão já havia desagradado muitos dos servidores da instituição.

Segundo Burmann, não houve nenhum caso registrado de Covid-19 entre os TAEs durante o mês passado. Isso teria reafirmado a segurança dos protocolos sanitários adotados pela instituição e reforçado a decisão de retorno presencial total para em novembro.

- Logicamente, nós precisamos avançar, dar o passo seguinte dentro desse retorno escalonado que havia sido previsto e proposto - afirmou o reitor sobre a medida.

Em contrapartida, Eloiz afirma que a Assufsm teve conhecimento de servidores em pelo menos dois centros de ensino diferentes que realizaram o teste para Covid-19 e obtiveram o resultado positivo.

- Nós tivemos colegas que foram contaminados depois da volta. Só que a reitoria diz que não pode se responsabilizar, se foram contaminados no setor de trabalho ou em outro lugar. - disse Eloiz. - A nossa preocupação é que esses casos estejam sendo escondidos, que daí eu não sei que nome eu daria disso - completou o servidor.

VACINAÇÃO

Os TAEs e professores da UFSM tiveram a vacinação antecipada e receberam a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 ainda em junho, fator determinante para o retorno às atividades presenciais na instituição.

Segundo a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP), não há uma contabilização de servidores que ainda não se vacinaram. Em nota, a PROGEP afirmou que "trata-se de informação de cunho pessoal. Uma vez que foi oferecido a todos e alguns optaram por não receber a imunização, não há ação que possamos fazer, uma vez que não há normativa legal (até o momento) que obrigue o servidor a imunizar-se".

Contudo, o reitor afirmou que há reconhecimento institucional de casos em que houve a recusa da vacina.

- Sabemos alguns casos que decidiram não vacinar e isto está sendo tratado com algumas reservas e cuidados especiais - disse Burmann.

No momento, a UFSM não pede aos servidores a apresentação de comprovante vacinal para o trabalho presencial. Fato que preocupa quem retornou ao expediente no campus.

- Não sabemos se podemos estar trabalhando com uma pessoa lá com grande risco de contaminação porque não tomou vacina. É uma questão que atinge o coletivo que também nos preocupa bastante - afirmou Eloiz.


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