Professores de faculdade de Santa Maria paralisam e direção atribui crise a entraves com o Fies

Professores de faculdade de Santa Maria paralisam e direção atribui crise a entraves com o Fies

Foto: Beto Albert (Arquivo/diário)

Nesta sexta-feira (10), professores da Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma) voltaram a se reunir com o sindicato da categoria para tratar sobre o atraso no pagamento dos salários. Parte dos profissionais decretou paralisação no dia 2 de outubro. De acordo com a categoria, a situação financeira tem causado dificuldades graves aos docentes. 


– Tem colegas que devem ganhar quase R$ 10 mil por mês, com isso, deve ser cerca de R$ 40 mil para receber, outros falando que há meses não comem carne ou estão para perder carro e casa. É uma situação muito difícil. A preocupação é que se torne impagável, porque os atrasos não são de hoje –  relatou um professor que preferiu não se identificar.


O que diz a instituição

A direção da Fisma reconhece o atraso e afirma que a situação é transitória. Segundo o diretor geral, Ailo Saccol, e a integrante da direção Camila Saccol, o problema decorre principalmente da suspensão temporária dos repasses do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que representa cerca de 60% da receita da instituição.


— Tivemos uma série de fatores que impactaram nosso caixa, desde as mudanças nas regras do Fies, que iniciaram em 2018, até os reflexos da pandemia e das enchentes. Com a alteração na taxa do fundo garantidor, que fez com que a instituição pagasse praticamente 50% da matrícula dos alunos com o programa, e a dificuldade em renovar a certidão negativa de débitos, deixamos de receber esses recursos, o que gerou um efeito imediato na folha de pagamento — explica Saccol. 

Plano de ação 

De acordo com o diretor, a instituição já solicitou via Judiciário que os créditos do Fies sejam liberados para, assim, colocar em dia as questões financeiras. Além disso, há outros valores a receber, como do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies), Fundacred e inadimplência estudantil. 


– Estamos aguardando uma decisão judicial que pode liberar cerca de R$ 1,3 milhão do Fies ainda nesta semana, o que nos permitiria colocar os pagamentos em dia – afirma Saccol. 

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A direção também destaca que o número de alunos caiu de cerca de 1,3 mil em 2018 para aproximadamente 480 atualmente, o que acentuou a queda na receita. Mesmo assim, a Fisma pretende seguir funcionando. 

– É um momento pontual. Temos potencial de retomada, estamos reestruturando a escola técnica e buscando apoio da comunidade e do Poder Público. O objetivo é superar essa fase e garantir a continuidade das atividades — complementa Camila.


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