Foto: Pedro Piegas (Diário)
A Praça Saldanha Marinho ficou lotada, na tarde desta quarta-feira, durante a manifestação de estudantes, servidores e professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A concentração para as atividades que integram o dia nomeado como Greve Nacional para a Educação começou às 14h30min e no meio da tarde, milhares de manifestantes foram às ruas do Centro. Mais cedo, entretanto, a rótula de acesso à UFSM já havia sido fechada por manifestantes, no cruzamento da RSC-287 (Faixa Velha) com a Avenida Roraima.
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As atividades fazem parte de uma série de protestos previstos em todo o país contra os cortes do orçamento das universidades federais e congelamento das bolsas de pesquisa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O reitor da UFSM, Paulo Burmann, também esteve presente durante a programação da tarde, que inclui atrações artísticas e culturais.
- É uma luta nossa, de toda a sociedade. Não estamos aqui para fazer enfrentamento ao governo, e sim para defender a educação pública - afirmou o reitor.
A estudante de mestrado em História da UFSM Eliza Militz, 26 anos, também salientou a importância das atividades.
- É mais do que um ato simbólico, hoje representa a organização de um povo que está sentindo os cortes, ódio e preconceito do governo Bolsonaro de forma mais efetiva. Agora é hora de passar do simbólico e se organizar de forma contínua. Para isso é preciso construir um movimento diverso, com todo tipo de gente representada, não só estudantes universitários, mas trabalhadores. A gente sabe que o processo de educação e demorado, mas ele precisa acontecer.
De acordo com o diretor do 2º Núcleo do Cpers/Sindicato, Rafael Torres, os protestos são proporcionais à revolta da comunidade em relação aos cortes.
- Tem muita gente aqui na praça, porque a reação é proporcional ao ataque à educação, ao financiamento da educação e, também, aos direitos dos trabalhadores por conta da reforma da Previdência. Aqui, ninguém vai aceitar calado tamanho ataque à educação, cultura e ciência - comentou.
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Para a coordenadora de Formação Política e Sindical da Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm), Natália Sanmartin dos Santos, a repercussão do anúncio dos cortes já afetou a rotina de alunos e servidores da instituição.
- Tudo isso é porque esses cortes afetam o nosso trabalho, a vida dos alunos e dos docentes. Os alunos já estão sentindo essa mudança, porque são muitos cortes na pesquisa. Quando o reitor Paulo Burmann falou sobre os cortes de R$ 46 milhões para a UFSM, todo mundo ficou ainda mais apreensivo.
No Colégio Politécnico da UFSM, professores, estudantes e servidores se reuniram para uma programação especial. Pela manhã, aconteceu uma palestra sobre o orçamento da UFSM, que também estava prevista para ocorrer às 14h no Anfiteatro do Colégio.