data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (DIário)
Uma iniciativa do Centro Integrado de Atendimento às Vítimas de Acidentes (Ciava) do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) irá possibilitar o monitoramento de sintomas de transtornos relacionados à saúde mental durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil.
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De acordo com o psiquiatra Vitor Calegaro, professor do departamento de Neuropsiquiatria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que também é coordenador do ambulatório de Psiquiatria do Ciava, o projeto de pesquisa intitulado 'Covid Psiq' está em tramitação no Comitê de Ética para ajustes, mas o link do questionário deve ser divulgado ainda nesta semana.
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- O primeiro objetivo é poder ter uma ideia da distribuição e da demanda que surge em decorrência da Covid-19, para poder estimar a capacidade de aumentar os serviços e oferecer alguma modalidade de atendimento, além de chamar a atenção da necessidade dos profissionais se adequarem a isso e começarem a atender de outra forma - explica o especialista.
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Em paralelo, também será feito o acompanhamento da evolução dos sintomas, com a divulgação das estimativas prévias de cada etapa, com orientações gerais e, dependendo dos casos, específicas.
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Conforme Calegaro, tendo em vista a adoção de medidas de restrição social, é esperado um aumento dos casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), ansiedade, depressão, estresse, abuso de substâncias e violência, por exemplo. Com a pesquisa, será possível ter uma ideia do número de casos associados aos reflexos da pandemia.
O estudo será realizado através de questionários on-line, que será disponibilizado através do site da UFSM, da página do projeto no Facebook, Instagram, e-mail e WhatsApp. Para participar a pessoa precisa ter mais de 18 anos, ser brasileiro nato (quem estiver morando no exterior também está apto a participar) ou residir em território brasileiro (estrangeiros que moram no Brasil), ter acesso a dispositivos digitais, ser alfabetizado e concordar com o Termo de Consentimento Livre e esclarecido.
- Com a pesquisa a gente vai trazer um benefício direto para as pessoas. Dependendo do que ela responder, vamos dar várias orientações de saúde mental, disponibilizando acesso à informação, como onde ela pode procurar atendimento, independente da cidade - ressalta o psiquiatra.
A expectativa é de que a pesquisa atinja pelo menos duas mil pessoas. Quando entrar no ar, o questionário de participação ficará aberto a inscrições durante duas semanas. Além de Calegaro, mais 10 alunos do curso de graduação de Medicina da UFSM participam do estudo.
A pesquisa se dará em quatro etapas: na entrada (quando a pessoa responderá às primeiras perguntas); após um mês (novas questões e avaliação); três meses a contar da primeira etapa (ou seja, dois meses após a etapa anterior); e seis meses a contar da primeira etapa (ou seja, três meses depois da terceira etapa).
A coleta dos dados será realizada em 2020, mas o estudo será concluído em 2021. Ele é financiado com recursos próprios, mas os pesquisadores também buscarão incentivo através dos órgãos de fomento à pesquisa.