educação

Pais fazem mutirão para arrumar escolas dos filhos em Santa Maria

Dandara Flores Aranguiz

Fotos: Pedro Piegas (Diário)
Na Érico Veríssimo, a diretora Mariane Brandão (à frente, agachada) e a estudante Larissa Silveira pintavam a grade do portão

Pais, mães, estudantes e professores resolveram colocar a mão na massa e arregaçar as mangas para ajudar a revitalizar e dar uma cara nova às escolas. Neste início de ano letivo, diversas instituições públicas - as que mais sofrem com falta de dinheiro em investimentos na estrutura e manutenção -, por iniciativa própria, e com o auxílio, por vezes até financeiro, da comunidade, realizam mutirões de limpeza e de reforma nas instituições de Santa Maria.

Na Escola Estadual Érico Veríssimo, no Bairro Perpétuo Socorro, alunos, mestres, funcionários e familiares passaram parte das férias nas dependências do colégio. Para economizar a verba que vem do governo do Estado, a direção convocou o pessoal para ajudar nas atividades.

- Onde a gente pode economizar, nós vamos economizar, para poder sobrar um dinheirinho para outras coisas prioritárias. Para pintar as salas de aula, nós limpamos as paredes com lava-jato para o serviço sair mais barato. Pintamos as portas do banheiro, das salas, os pilares de fora da escola e, agora, estamos finalizando os portões. Todo mundo ajuda, namorado, mães, pais, alunos, professores... Nós temos um relacionamento muito bom - conta Mariane Brandão, que já foi aluna da Érico Veríssimo e, agora, desempenha a função de diretora.

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Na Chácara das Flores, Milton Pacheco (à esquerda), pai de aluno, ajuda com a manutenção geral, como o corte de grama

Quem orienta o serviço é a pintora predial Eva Soares, 54 anos. Na manhã da última quinta-feira, ela levou a filha mais nova, de 15 anos, para estudar e já ficou por ali, comandando a pintura das grades dos portões.

- Eu participo de um grupo de mulheres na construção civil, onde aprendi tudo. Já trabalhei de tudo na minha vida, precisava de uma coisa que eu colocasse a mão. Isso foi muito importante para mim. Tem dias que a gente se junta e almoça por aqui mesmo - comenta Eva.

A união e a integração também fazem a força na Escola Municipal Chácara das Flores, no bairro de mesmo nome. Segundo a direção, a verba para manutenção é repassada a cada dois meses, no valor de R$ 2,5 mil.

- É insuficiente pelo tamanho da estrutura que temos. No início do ano, fizemos uma reforma numa sala. Quem abriu um buraco para a janela foi o pai de uma aluna, quem colocou o piso foi meu irmão e quem pintou a sala foi meu marido. Assim, não precisei pagar mão de obra - explica a diretora Juliana Cezimbra.

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