educação

Alunos que ocupam casas na UFSM reclamam da falta de organização da instituição

Da redação

Fotos: Renan Mattos (Diário)
Casas ao lado do Centro de Eventos ocupadas pelos alunos

O ano letivo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou há duas semanas. Nesse período, uma das principais pautas entre alunos e Reitoria tem sido o acesso aos Benefícios Socioeconômicos (BSE), mais especificamente a moradia estudantil. A lista de espera, que contava com cerca de 50 nomes, há uma semana, caiu para 28. Enquanto os pedidos são analisados, um grupo de 12 estudantes segue ocupando instalações de casa anexas ao Centro de Eventos

A solução encontrada para a falta de moradia - neste ano, a UFSM limitou em 330 o número de vagas, o que não ocorreu nos anos anteriores - divide opiniões dentro da própria comunidade universitária.


O estudante de Geografia João Bergmo, 19 anos, faz parte da ocupação no Centro de Eventos. Ele, que é do Rio de Janeiro (RJ), aponta que falta suporte para quem vem de longe.

- Estou há quase dois meses na cidade, pois vim para fazer a matrícula e não tive recursos para voltar para casa e, depois, vir para cá de novo, para o começo das aulas. Por dois dias, dormi na rua, porque a universidade só ofereceria moradia quando as aulas começassem. Tive meu pedido de benefício indeferido por erro de comunicação e de informação. Disseram (Prae) que estão analisando meu processo - conta João, que destaca, ainda, os gastos com a obtenção de toda a documentação exigida, como certidões em cartórios e fotocópias.

O estudante de Engenharia de Controle e Automação Aubio Ferreira, 30 anos, veio de Belém (PA) e reforça que falta planejamento para receber os alunos.

- Os alunos que vêm de outras partes do Estado e do país chegam sem conhecer nada nem ninguém. Há espaços ociosos na universidade que poderiam ter uma destinação social, voltada a esses alunos. Não há como custear viagens de milhares de quilômetros para as duas etapas (matrícula e início das aulas) - sugere Aubio.

Como os estudantes que fazem parte da ocupação ainda não tiveram o BSE deferido, eles não têm acesso gratuito a outros serviços, como alimentação. Por isso, o grupo promove ações para arrecadar alimentos e produtos de higiene e limpeza, e conta com apoio de outros estudantes, de professores e da comunidade.

MAIS DE 1,5 MIL PEDIDOS DE BENEFÍCIO
Na outra ponta, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) tem procurado agilizar a análise dos pedidos de BSE. Para este primeiro semestre, 1.527 solicitações foram registradas até a última quarta-feira, sendo que 122 estudantes tiveram o benefício deferido. Esses números devem mudar nos próximos dias, com a chegada de mais estudantes. Isso porque está sendo concluído o processo de ingresso dos alunos que participaram da terceira chamada oral pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). 

Segundo a pró-reitora adjunta da Prae, Angélica Iensen, esse processo depende da agilidade dos estudantes quanto à apresentação dos documentos solicitados e ao contato com a direção da CEU para a ocupação das vagas definitivas.  

No vídeo abaixo, Angélica explica como pedir o benefício e prazos:


OCUPAÇÃO 
No dia 14 de março, a Reitoria da UFSM registrou boletim de ocorrência na Polícia Federal para garantir a reintegração de posse das estruturas do Centro de Eventos utilizadas pela ocupação. O caso está nas mãos da Procuradoria Federal. 

Para auxiliar os alunos que aguardam por vaga de moradia provisória, a Prae e o Diretório Central de Estudantes (DCE) ofereceram um espaço no auditório junto à Casa do Estudante 1, localizada no centro de Santa Maria. A proposta foi rejeitada por alguns calouros por conta do custo do transporte entre o local proposto e o campus, que fica no Bairro Camobi. 

Do pedido à obtenção do benefício, há um trabalhoso processo. Confira:  

  • O aluno encaminha, junto à Prae, o pedido de Benefício Socioeconomico (BSE), por meio de preenchimento de formulário e apresentação de documentos 
  • O pedido deve ser feito até o dia 29 de março 
  • Com relação à moradia, à medida em que os benefícios forem concedidos, os estudantes são transferidos para a Casa do Estudante Universitário (CEU) 
  • Após as transferências, novas vagas de moradia provisória são liberadas para os alunos que permanecem na lista de espera 
  • Alunos que ingressaram como cotistas não precisam apresentar os documentos, o que já foi feito no ato da matrícula

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