Alunos das aldeias indígenas de Santa Maria recebem kit de material escolar

Fotos: Beto Albert

João Guilherme Sales, de 4 anos, era o primeiro da fila, formada pelos alunos da Escola Estadual Augusto Ope da Silva, para receber a nova mochila. Localizada na aldeia caingangue, a instituição foi uma das contempladas pela campanha “Mochila Cheia”. A iniciativa, do governo estadual, tem o objetivo de distribuir material escolar para alunos atingidos pelas enchentes de maio. Até o momento, já foram mais de 23 mil mochilas entregues.


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Na segunda-feira (11), foi a vez de os kits encontrarem os alunos da escola localizada na aldeia caingangue, em Santa Maria. Antes mesmo das caixas serem abertas, olhos atentos e curiosos à espera da novidade. Pelas mãos de representantes da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), uma a uma, as mochilas foram entregues aos alunos. No kit, materiais como lápis, borracha, calculadora, lápis de cor, estojo e um caderno personalizado que carregava o desejo de “Força RS” estampado na capa.

Antes da entrega, olhos atentos a novidade

Conforme o diretor-geral da Seduc, André Domingues, a iniciativa vai contemplar escolas de todo o Estado que foram atingidas pelas enchentes, em contexto de vulnerabilidade social ou, ainda, de escolas indígenas e quilombolas. É, também, uma forma de organizar as doações recebidas na área de educação.

A nossa felicidade está estampada no sorriso de cada criança. E essa é a primeira etapa da campanha “Mochila Cheia”. Nós estamos, agora, fazendo uma triagem de 140 mil livros literários que vão chegar em todas as bibliotecas do Estado. Eu compreendo esse trabalho como a maior ação social na área da Educação desenvolvida em prol daqueles que mais precisam – afirma o diretor-geral.

Os alunos formavam filas para receber o material escolar

Ana Helena Claudino, 9 anos, já andava com a mochila para lá e para cá. Ela conta que não vê a hora de usar o material nas aulas de matemática:

– Eu gostei bastante. Eu ganhei régua, marca textos, borracha e estojo… A calculadora vou usar nas aulas de matemática.

Ana Helena (à dir.) foi um dos 21 alunos contemplados na escola

Além das mochilas, foram entregues itens como arroz, sabonete e lanches para os alunos. O próximo passo, de acordo com Domingues, é a distribuição de livros literários. Na segunda-feira (11), a ação também contemplou a Escola Estadual Tenonde Vera Miri, localizada na aldeia Guarani. 


Mochila Cheia em Números:

até 11 de novembro

  • 23,8 mil mochilas cheias
  • 20 mil livros literários
  • 905 computadores
  • 2 mil litros de água sanitária
  • 20 mil sabonetes
  • 3 mil quilos de arroz

Fonte: Seduc


Aldeias foram atingidas pelas enchentes

A aldeia caingangue Kéty Jug Tegtú está localizada em um terreno na estrada de Canudos, distrito de Arroio Grande, zona rural de Santa Maria. Com as fortes chuvas registradas no mês de maio, a ponte foi danificada, e a escola ficou sem acesso por cerca de 20 dias. Assim, o trajeto de mais de dois quilômetros até a aldeia precisou ser feito a pé, e as aulas foram canceladas por dois dias. No período, alguns materiais foram perdidos, e parte do telhado da escola precisou ser substituído.

Tivemos alguns problemas estruturais nos primeiros dias, como goteiras e alguns dias sem luz, mas, depois, fomos voltando à normalidade. Aqui, toda ajuda é bem-vinda. O material escolar compramos da verba para fornecer para eles, então, esse tipo de distribuição é muito importante – afirma Priscilla Kieling.

O mesmo aconteceu na escola indígena da aldeia Guarani, que atende cerca de 70 alunos. Problemas estruturais e falta de água impediram a sequência das aulas no início de maio. 


Implementação da escola definitiva 

Em relação ao trabalho realizado nas escolas localizadas em território indígena, o coordenador da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), José Luis Eggres, falou que está nos planos da Secretaria, para o próximo ano, a implementação da escola permanente. Ou seja, uma estrutura definitiva que possa atender as necessidades dos alunos e professores.

– Com as implicações do evento climático, tivemos que retardar um pouco a entrega. Mas, na virada do ano, temos isso como meta e eu acredito que possamos atender a escola aqui com um prédio definitivo. 


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