Foto: Divulgação, Assufsm
Em assembleia realizada no Auditório Wilson Aita, no Centro de Tecnologia (campus sede), os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) debateram sobre o indicativo de deflagração da greve. Após os debates, o quórum presente votou favorável para a greve. A mobilização está marcada para começar nesta quinta-feira (14).
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Durante a assembleia, também já foi votado o fundo da greve, com aprovação da mensalidade extra de 1%. Além disso, já ficaram pré-agendadas mais duas assembleias importantes. Nesta quinta, às 15h, a Assembleia Geral irá tirar os nomes do comando de greve; já no dia 18 de março, a categoria irá reunir-se no lonão de greve para debater ações.
Em entrevista ao programa F5, na rádio CDN (93.5 FM), na manhã desta terça-feira, Alessandra Alfaro Bastos, coordenadora geral da Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm), falou como se chegou à decisão:
– Estávamos em estado de greve desde o final do ano passado, e na segunda-feira, foram registrados dois votos não e, se não me engano, foram cinco abstenções. Os demais dos 129 presentes votaram favoráveis à adesão da greve. Ontem (segunda) mesmo, quando saímos da assembleia, comunicamos a Reitoria e, no dia 14, começa a nossa greve.
Reivindicações
Um dos pontos em discussão é o reajuste salarial da categoria. Segundo Natália San Martin, que também é coordenadora da Assufsm, o reajuste salarial estaria defasado já sete anos.
– Nós temos, agora, mais de 60 universidades federais que já aderiram à greve. Esta semana está tendo assembleia em outras instituições, então, a tendência é aumentar e fortalecer a nossa federação. Já estamos há meses em negociação com o governo federal levando a nossa proposta de reajuste salarial. Brincamos que somos os “primos pobres” dos demais cargos federais que existem. Além da principal pauta, que é a reestruturação do nosso plano de carreira, que visa incluir a recomposição salarial também – informou Natália.
Durante a participação no programa F5, Alessandra e Natália destacaram que a greve começou porque não houve acordo entre os sindicatos de servidores e o governo federal. O governo Lula havia oferecido reajuste salarial de 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026, mas os trabalhadores pedem 10,3% já este ano, além do mesmo percentual em 2025 e 2026. A alegação é que, em sete anos sem reajuste, os salários estão defasados em 52%.
A Assufsm diz que o básico de um técnico-administrativo em educação está abaixo de dois salários mínimos e que muitos servidores estão endividados por conta de tantos anos sem reposição.
Professores
Em assembleia na última quarta-feira, no Auditório do Colégio Politécnico da UFSM, integrantes do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica, unidade Santa Maria, rejeitaram a proposta de deflagração de greve a partir de 1º de maio. Contudo, os participantes da reunião decidiram manter o estado de greve como forma de pressionar o governo federal a manter as negociações sobre reposição salarial e carreira.
Quanto aos docentes do Ensino Superior, filiados à Seção Sindical (Sedufsm), há uma assembleia marcada para o dia 20 deste mês.
Impactos
- Segundo a Assufsm, serão feitas reuniões no Restaurante Universitário (RU), no Hospital Universitário (Husm) e com as bibliotecas para avaliar como ficarão as escalas para garantir os serviços essenciais;
- Hospital Universitário – A tendência é que não ocorram prejuízos ao atendimento;
- Restaurantes universitários – É possível que seja feita a distribuição de alimentos aos estudantes, como ocorreu em outras greves;
- Bibliotecas – Podem ter maior prejuízo no atendimento aos estudantes;
- Laboratórios – Dependendo da adesão dos servidores à greve, outra possibilidade é a suspensão de aulas práticas, pois alguns laboratórios dependem do trabalho de técnico-administrativos para preparar materiais para as aulas, e esse serviço pode ser suspenso durante a greve.