VÍDEO: preço da carne para churrasco sobe até 23% durante o ano em Santa Maria

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

O tradicional churrasco de final de ano vai estar mais salgado em 2020. Em um momento atípico, marcado pela pandemia do novo coronavírus e pelo aumento das exportações da carne bovina para a China - principal comprador do país -, os cortes de carne sofreram uma alta expressiva em relação a janeiro. A picanha, por exemplo, teve uma elevação média de 23% nos supermercados e açougues de Santa Maria desde o início do ano. Já a maminha ficou 12% mais cara.

O aumento é comprovado em números pela reportagem. Entre a noite de terça-feira e a tarde de quarta-feira, o Diário percorreu oito estabelecimentos em diversos pontos da cidade para pesquisar o preço médio dos principais cortes (veja no quadro). Das sete carnes selecionadas, todas sofreram aumento de preço em relação à última pesquisa, realizada em setembro. Naquele mês, todos os cortes já custavam mais do que em janeiro.

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O professor Leonir Luiz Pascoal, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), afirma que a elevação dos preços está relacionado ao aumento das exportações da carne brasileira para a China, que equivale a praticamente sete vezes a população do Brasil.

Com isso, qualquer acréscimo da demanda pelo país asiático impacta diretamente na oferta e, consequentemente, no preço da carne que é cobrado aqui.

- Desde setembro até o mês de novembro, houve um aumento bem expressivo. O boi gordo subiu em todo o país, principalmente em função das exportações para a China. Com isso, os frigoríficos repassam os preços aos mercados e, consequentemente, isso chega ao consumidor - constata, ao afirmar que até fevereiro o preço deve sofrer pouca oscilação no mercado interno.

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PROCURA

O presidente da entidade que representa os donos dos supermercados de Santa Maria (Sindigêneros), Eduardo Stangherlin, afirma que a procura pelas peças de carne para churrasco cresce nos dias que antecedem o Natal e o Ano Novo. No entanto, neste ano, em função da pandemia, há uma expectativa do setor sobre se os consumidores irão aos supermercados.

- Temos estoque para vender, mas a procura realmente acontece nos últimos dias. Em função da pandemia, a gente não sabe como vai ser e se as pessoas vão acabar se reunindo para confraternizar - diz Stangherlin.

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Mesmo com a alta e a pandemia, o aposentado Cleber Cardoso, 71 anos, já está decidido: vai realizar o tradicional churrasco de final de ano.

- Só com a família acho que não tem problema, mas vou fazer o churrasco, sim. Disso não tem como fugir - garante Cardoso, com bom humor.

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