A Câmara de Vereadores de Rosário do Sul arquivou o decreto que cassava o mandato do prefeito Luís Henrique Antonello (PSB). Esse é apenas mais um desdobramento do embate entre o Legislativo e Antonello, que chegou a sofrer impeachment no ano passado. No começo da noite desta segunda-feira, um grupo de oito parlamentares derrubou o decreto que cassava o mandato do prefeito. O vereador Adriano Dornelles (DEM) enfatiza que o recuo não se trata de mudança de lado. Ele explica que os vereadores reconheceram que, de fato, houve um erro formal na Comissão Parlamentar Processante (CPP) _ criada para apurar suposta dispensa de licitação para a contratação de uma empresa de informática que prestava serviços à prefeitura. Os vereadores admitiram que houve um erro de formação na comissão porque houve renúncia de membros.
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_ Reconhecemos que cometemos um erro formal, mas entendemos que ele (prefeito) cometeu irregularidades e ilicitudes na contratação da empresa. O fato é que ele foi de má-fé com o dinheiro público. Esse é o nosso entendimento _ avalia Adriano Dornelles (DEM), uma das vozes mais ativas da oposição.
O decreto, desta segunda-feira, foi aprovado por 8 votos a 4. No ano passado, a Câmara aprovou, por 12 votos a 1, o impeachment do prefeito. Antonello chegou a ficar 10 dias afastado do mandato quando, então, obteve um recurso favorável junto ao Tribunal de Justiça (TJ) que suspendeu o impeachment. No período em que ficou fora, a vice-prefeita Zilase Jobim Rossignolo (PTB) assumiu o Executivo.
Manobra golpista
Antonello vê com cautela e, igualmente, com receio o arquivamento do decreto contra ele. O prefeito acredita que a oposição possa estar articulando uma nova manobra golpista:
_ Recebo com muita cautela. Até porque não sei qual é a intenção deles (vereadores). Se eles têm a intenção de abrir um novo processo (de impeachment), teriam de fazer o arquivamento desse decreto. Receio que seja uma outra manobra golpista em curso.
Distanciamento da Câmara e da vice-prefeita
Após o desgaste de ter protagonizado o primeiro impeachment da história do município, Antonello rompeu as relações com o PTB e com a vice-prefeita do município. Antonello credita a ela uma movimentação silenciosa que culminou com o que ele considera ter sido o seu linchamento político. A relação dele com o Legislativo também não vai nada bem. Dos 13 parlamentares, apenas um vereador apoia Antonello: Eduardo Ribeiro (PDT).
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