Santa Maria, quatro anos depois do governo Tarso

A vitória de Tarso Genro (PT) nas eleições de 2010 colocaram no Piratini um governador com fortes laços com Santa Maria. Foi na cidade que o então governador cresceu, formou-se e começou sua vida política, ao ser eleito vereador pelo extinto MDB em 1968. A proximidade com o município abriu as portas do governo do Estado para as ambições locais. Seria essa a possibilidade de a cidade ter acesso privilegiado ao principal poder gaúcho. Nesse período, a região recebeu inúmeras promessas. Algumas se perderam pelo caminho, mas outras começaram a ser executadas.

Passados esses quatro anos, o filho de Adelmo Simas Genro, que dá nome ao prédio do Legislativo local, encaminhou obras importantes para a cidade, como a suplicada duplicação de 4,3 km que ainda faltam da Faixa Velha de Camobi (ERS-509). Encaminhou a concretização do hospital regional, uma obra anunciada em 2003 e que deve ser entregue em março. Ainda, o seu governo iniciou uma dos maiores investimentos em saneamento da história do município: a construção da rede de esgoto de Camobi. Para a região, asfaltou ao menos dois trechos, Nova Palma-Pinhal Grande e Ivorá-Val de Serra (distro de Júlio de Castilhos), e investiu em obras de saneamento em Santiago. 

Porém, outras reivindicações locais e regionais não foram atendidas. A estrada para São Martinho da Serra, prometida por Tarso no início do mandato, ficou apenas no discurso. A precariedade da infraestrutura das rodovias, a fragilidade da segurança pública e os impasses com o magistério também lhe renderam negativas. O asfaltamento da estrada para escoar a produção de soja do interior de Tupanciretã, entre o distrito de Santa Tecla e Joia, começou, mas está longe de ser concluído.

A maior tragédia gaúcha

Foi no seu governo que ocorreu a maior tragédia da história do Rio Grande do Sul, o incêndio da boate Kiss, que matou 242 pessoas em 27 de janeiro de 2013. Como Tarso mesmo afirmou, na época ele viveu os seus piores dias. O desenrolar dos fatos geraram um afastamento grande entre a prefeitura e o Estado, em função de divergências sobre responsabilizações antes, durante e depois da tragédia, situações que ainda estão sendo discutidas na Justiça Estadual e Militar. Os desdobramentos, como era de se esperar, geraram nova lei estadual de combate e prevenção a incêndio, mas que foram flexibilizadas recentemente, e também está sendo encaminhada a separação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar.

Vivenciando as dificuldades de um Estado com baixa capacidade de investimento, Tarso Genro certamente deixa o cargo fazendo menos do que gostaria. Com vitórias e reveses, a sua administração deixou resultados, mas também decepções.

INFRAESTRUTURA

Faixa Velha de Camobi
- Projetada desde a década de 1990, a duplicação dos 4,3 quilômetros da Faixa Velha de Camobi, a ERS-509, finalmente saiu do papel. O trabalho compreende uma segunda pista no trecho entre a igreja do Amaral e o trevo do Castelinho. Além da duplicação, estão previstas a construção de um viaduto sobre a Avenida Osvaldo Cruz e a sinalização da rodovia. Com valor estimado em R$ 33 milhões, as obras iniciaram em novembro de 2013, mas foram interrompidas em julho de 2014 por um impasse contratual entre a empresa e o governo do Estado. Quatro meses depois, em novembro, foram retomadas. Segundo o governo gaúcho, cerca de 5% da obra foi concluída, principalmente a terraplanagem. Se não houver novo contratempo, a duplicação deve ser concluída no segundo semestre de 2016

Dois acessos asfálticos
- O trecho de 15 quilômetros da ERS-348, entre a localidade de Val de Serra, distrito de Júlio de Castilhos, e Ivorá foi concluído recentemente. A obra, esperada por pelo menos duas décadas pela comunidade local, foi entregue em 2013 pelo governo do Estado

- Já a ERS-149, entre Nova Palma e Pinhal Grande, compreende 29 quilômetros de extensão. Orçada em R$"