Quanto custa?
Esta será uma pergunta mais frequente na vida dos brasileiros, ao menos em relação aos preços do diesel e da gasolina.
Com a adoção da nova política de preços da Petrobras, aprovada em 29 de junho passado, que entrou em vigor no dia 3 de julho, os preços da gasolina e do diesel poderão sofrer reajustes a qualquer momento, inclusive diários.
O principal parâmetro estabelecido para esses reajustes é que os mesmos devem ficar dentro de uma faixa 7%, para baixo ou para cima. Caso seja necessário um reajuste maior, o mesmo deverá ser aprovado por uma comissão especial da empresa (Grupo Executivo de Mercado e Preços).
A ideia central é proporcionar à Petrobras maior capacidade de ajustamento dos preços do mercado doméstico aos mercados internacionais, e junto a isso, elevar a competitividade na empresa no curto prazo, tornando o processo de ajustes mais rápido e eficiente. Outra justificativa para a adoção dessa nova política é que os reajustes passados (realizados em maior espaço de tempo, mensais por exemplo) não eram suficientes para o acompanhamento da "volatilidade crescente da taxa de câmbio e das cotações de petróleo e derivados", sendo necessário assim uma maior flexibilidade quanto a frequência dos reajustes.
Um dos pontos positivos desse tipo de política é que a empresa demonstra ao mercado que o governo terá menor poder de interferência em suas decisões relativas a preços, o que gera maior autonomia para os setores comercial e de marketing, possibilitando aumentar participação no mercado e elevar a credibilidade da mesma. Como aspecto negativo, o consumidor terá que se habituar a preços mais voláteis, seguindo a real tendência do mercado externo.
Se a notícia é velha (quase 60 dias atrás), os fatos são novos. Os preços da gasolina e do diesel em Santa Maria começaram a variar com mais frequência nos últimos 15 dias, trazendo certas dúvidas aos consumidores. Alguns amigos, estranhando a variação nos preços, indagaram-me: "Mas o governo anunciou este aumento?"
Pesquisa em 25 postos mostra que preço da gasolina subiu em Santa Maria
Caros leitores, estamos muito (mal) acostumados com o governo interferindo em preços. Temos de atentar que muitas dessas interferências são com objetivos políticos e não de melhorar a relação entre a oferta e a demanda, maximizando o bem estar da sociedade.
Quando os preços são forçados "para baixo" no mercado (artificialmente), afim de evitar fadiga política com o eleitores, em algum momento posterior "alguém" (adivinha quem?) irá pagar a conta (e com juros).
O fato de o preço dos combustíveis variar de acordo com o mercado não difere em nada do preço dos alimentos variar da mesma forma, o que traz a esse processo apenas mais transparência.
Fato real, é que a partir de agora devemos estar mais atentos e realmente colocar em prática a famosa pesquisa de preços, optando, é claro, por qualidade, mas com preços compatíveis.
Então, vamos lá, quanto custa?