política monetária

O que muda com o aumento da taxa básica de juros na economia

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcello Casal Jr. (Agência Brasil) 

Na terceira reunião realizada neste ano, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 2,75% para 3,5% ao ano. A decisão foi anunciada no final da tarde desta quarta-feira. Até o fim de 2021, o mercado prevê que o índice esteja fixado em 5,5%.

São dois os principais motivos para o aumento: a contenção da inflação e o endividamento público. Com uma taxa mais alta, a tendência é desestimular a economia, gerando menos demanda e, consequentemente, segurando o aumento dos preços perceptível nos últimos meses.

Somado a isso, em tempos de pandemia e desaquecimento da economia, o governo precisa de mais dinheiro para se financiar. Com o aumento da taxa, os títulos públicos se tornam mais atrativos aos investidores e, assim, o governo consegue arrecadar mais em curto período de tempo.

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Em contrapartida, o crédito tende a ficar mais caro para o consumidor final. Como consequência, os juros de empréstimos ou do cheque especial (que hoje passam de 120% ao ano) devem sofrer elevação, dificultando ainda mais a vida de quem está endividado.

Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas, em abril deste ano, 22,3% dos brasileiros com renda de até R$ 2,1 mil por mês tinham algum tipo de dívida em aberto.

O professor Daniel Coronel, do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), faz ressalvas à elevação da Selic:

- Acho a preocupação da inflação, neste momento, equivocada. Em uma conjuntura de elevado desemprego e alta capacidade ociosa da indústria, o crescimento monetário não iria gerar inflação. Possivelmente (a alta) vai inibir a taxa de investimento, e isso é fundamental para a retomada neste momento - avalia o professor, reforçando que com juros mais altos para o crédito, a tendência é que haja menos investimento, seja de pessoas ou de empresas.

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CONFIANÇA

O economista Alexandre Reis destaca a diferença entre o Brasil e países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde a taxa de juros é mínima - atualmente fixada em 0,25% ao ano. A explicação para conseguir esse número está na confiança do investidor.

- A oferta de crédito na economia americana é imensa, as pessoas têm um poder de endividamento maior. Eles não têm o problema do risco. Tudo isso faz com que haja diferenças nas taxas de juros. Aqui não. Para trazer dinheiro de fora, como tem um risco muito grande em função da instabilidade,com o medo do não pagamento das dívidas, é necessário ter uma taxa de juros maior - explica Reis.


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