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Estudo mostra que o solo de Santa Maria é fértil para pelo menos 16 culturas

Luiza Oliveira

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Um levantamento inédito promete ajudar a alavancar o setor primário nos nove distritos de Santa Maria. Na tarde de ontem, os resultados de um estudo edafoclimático (do solo e clima) foram apresentados na prefeitura. 

Área de soja deve aumentar 5% na região central

O resultado aponta que a cidade tem aptidão para 16 principais culturas, entre as já tradicionalmente plantadas, como soja e arroz, e novas, como oliveiras, nóz-pecã e citrus.  Foram analisadas amostras de solo, relevo, cartela de clima e disponibilidade de água, com objetivo de apontar quais áreas rurais são mais propícias para o plantio de determinadas culturas.

O estudo foi realizado entre 2014 e 2015 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Clima Temperado, do Ministério da Agricultura, com apoio técnico da Universidade Federal de Santa Maria e custou cerca de R$ 200 mil.

– É um estudo único no país. Aumenta as possibilidades de expandir a produção agrícola no município – afirma o prefeito Cezar Schirmer.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural, Rodrigo de Oliveira Menna Barreto, o levantamento servirá para redirecionar políticas públicas rurais já existentes.

Soja e gado são os produtos mais valorizados em 10 anos

– Três fatores positivos saem desse relatório: direcionar políticas públicas para os locais certos, servir para conhecimento dos produtores já estabelecidos em Santa Maria e, ainda, atrair novos investidores para a cidade – explica Menna Barreto, secretário de desenvolvimento rural.

Conforme Clenio Pillon, chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, o estudo é uma peça fundamental para a tomada de decisões, principalmente as técnicas. As informações são úteis para o agricultores que buscam diversificar sua matriz produtiva, aliada a um uso eficiente de recursos naturais.

– Esses recursos são abundantes no município, devido ao relevo, que é extremamente favorável à agricultura, e ao solo. Essas informações podem ajudar no aumento de fontes de renda para o agricultor, assim como na capacitação do mesmo para saber como lidar com momentos de crise – explica Pillon.

A aposta na oliveira

O levantamento indica um grande potencial para o cultivo de oliveiras em Santa Maria. A projeção é que,  ainda neste ano, 40 hectares de oliveira sejam plantados, o que viabilizaria a instalação de uma empresa em Santa Maria. De acordo com Menna Barreto, já existe um empreendimento do setor interessado em vir para a cidade.

Além disso, foi feito um levantamento de quais produtores têm interesse em produzir a cultura no município. Agora, com o estudo, será possível determinar se os interessados estão em áreas apropriadas.

Depois de mapeadas as áreas, pequenos produtores devem receber mudas, adubo orgânico e calcário da prefeitura, além de orientação e assistência técnica. Para isso, em março, técnicos da Emater e da assistência rural da prefeitura devem ser capacitados sobre o estudo feito pela Embrapa.

PRODUÇÃO LOCAL

As principais culturas e criações atuais da cidade:
Soja – 47 mil hectares
Arroz – 8410 hectares
Trigo – 500 hectares
Fruticultura – 229 hectares
Milho – 200 hectares
Fumo – 50 hectares
Hortigrangeiros – 43 hectares
Bovino de Corte – 121 mil cabeças
Bovino de Leite – 900 cabeças

 

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