Sanidade animal

Dono de égua sacrificada terá de ser indenizado pelo governo

Diogo Brondani

Um morador de Santa Maria, proprietário de uma égua da raça crioula, entrou com uma ação contra o Estado após ter tido o seu animal sacrificado por suspeita de infecção pela doença do mormo, em março do ano passado. Passados 20 meses, a Justiça de Santa Maria condenou o Estado a pagar R$ 9 mil ao dono do animal por danos materiais e morais. 

Segundo João Vitor Amorim Barbosa, 34 anos, proprietário da égua, que tinha 14 anos e era batizada por Princesa, houve muita negligência e precipitação à época do caso.

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– Não levaram em consideração um exame particular que eu tinha feito, que não acusou qualquer irregularidade com a saúde do animal. O teste da maleína não apontou todos os sintomas do mormo, e mesmo assim decidiram matar a minha égua. Não me deram prazo de defesa. Nem na hora do sacrifício tomaram medidas adequadas. Nem luvas eles usaram. O teste foi feito em outro animal que vivia junto na propriedade, na mesma cocheira, e que não apresentou nenhum sintoma. Entrei com processo pela injustiça que foi feita com um animal sadio, bem cuidado e que era usado só para lazer pela minha esposa e meu filho dentro do propriedade – desabafa o dono do animal.

O advogado de Barbosa, Miguel Passini, considera que a vitória, mesmo que em primeira instância, servirá como alerta para mudança de atitudes em novas ações.

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– O juiz entendeu que o procedimento não foi correto. Houve provas de laboratório de que o animal não estava com a doença. É um caso diferente porque é a primeira vez que o Estado é condenado, e isso servirá para que se passe a valorizar os exames feitos de forma particular e se evite o sacrifício de outros animais, principalmente em casos como este, em que a égua tinha um valor sentimental para a família. Isso também traz confiança para o pessoal ligado as atividades em que se usa os animais – considera Passini.

A decisão é do Juizado Especial da Fazenda Pública da Comarca de Santa Maria. Ainda cabe recurso. Questionada, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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 A DOENÇA

O mormo é uma doença infecciosa que acomete, principalmente, os equinos. Ela não tem vacina nem tratamento, e é causada pela bactéria Burkholderia mallei, que é rapidamente inativada pelo calor, raios solares diretos e por desinfetantes comuns como hipoclorito de sódio. Sua sobrevivência pode ser prolongada em ambientes molhados e úmidos.

A doença é transmitida pelo contato com o material infectante, tanto diretamente com secreções do doente, quanto indiretamente por meio de bebedouros, comedouros ou equipamentos contaminados. A doença pode ser transmitida para humanos.

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