Deputados da região opinam sobre possível aumento do ICMS

O "Diário" repercutiu com os deputados da Região Central a possibilidade de aumento do aumento do ICMS, ainda que não admitida abertamente pelo governador José Ivo Sartori (PMDB). Dos três parlamentares, dois deles foram ouvidos: Jorge Pozzobom (PSDB) e Valdeci Oliveira (PT). Já Miguel Bianchini (PPL), eleito por Santiago, não atendeu às ligações da reportagem.

Pozzobom, que integra o bloco governista, é categórico ao dizer que se colocará contra um possível aumento. O tucano sustenta que, no momento, não há margem para se debater uma possível elevação de qualquer tributo na Assembleia Legislativa gaúcha:

– Sou radicalmente contra todo e qualquer aumento de imposto. Até porque quem acaba pagando a conta é, invariavelmente, o povo. Se (o projeto) for apresentado vou votar contra e vou mobilizar a bancada do PSDB a ser contra também.

Pozzobom alega, porém, que o Piratini tem demonstrado disposição de buscar alternativas à crise. Ele cita como exemplo a privatização de órgãos e estruturas “ineficientes”:

– Houve a redução de CCs, de secretarias. Mas vamos além: combateremos a sonegação e aquilo que for caro e oneroso podemos, sim, privatizar.

Do lado da oposição, Valdeci Oliveira (PT) é enfático ao dizer que apenas o fato de se cogitar o aumento do ICMS evidencia uma falta de planejamento por parte do Piratini:

– O governador está há sete meses no cargo e até hoje não apresentou uma medida sequer para combater a sonegação, a qual,a cada ano, retira R$ 7 bilhões do Estado. Fazer tarifaço significa rasgar o discurso de campanha e fragilizar ainda mais a competitividade econômica do Estado. 

O petista ainda acrescenta que a gestão de Sartori lança mão de “um discurso de crise do Estado” para tentar emplacar práticas como, por exemplo, a das privatizações.

– São práticas deste governo o arrocho e tarifaços. A população é que vai pagar pelo imobilismo do Executivo – dispara o petista.

Com o projeto que deve ser encaminhado à Assembleia no início de agosto, o governo espera arrecadar R$ 2 bilhões para os cofres estaduais, já descontados os 25% que vão para os municípios. Na segunda, Sartori disse não haver nada de concreto sobre aumento das tarifas.