Endividamento

Banco de registros de devedores aumentou 62%

Diogo Brondani


Jean Pimentel (Agência RBS)/ Os números são de dívidas junto ao comércio de Santa Maria ou na prefeitura por quem deve tributos ao município, como IPTU, por exemplo

A época das compras de final de ano está chegando e, ao mesmo tempo em que muitos aproveitam o 13º salário e premiações para garantir o presente de Natal para a família, outros veem esse recurso extra como chance de limpar o nome sujo devido a pendências com dívidas anteriores.

Conforme dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), operado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Maria (CDL-SM), até o dia 4 de dezembro, o número de consumidores registrados por dívidas junto ao banco de dados de devedores aumentou em 13.101 pessoas. Ou seja, nessa data, em 2016, 21.018 nomes constavam na lista de pendências junto ao comércio ou da prefeitura. Neste ano, são 34.119 pessoas registradas. Isso representa um aumento de 62,3%.

O índice de registros feitos na lista de inadimplentes (uma mesma pessoa pode ser incluída por débito em mais de um estabelecimento, o que gera mais de um registro) chegou a 100.669 em 2016 e caiu para 60.558 este ano. Uma redução de 39,8%.

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Ao mesmo tempo, o número de exclusões da lista de devedores diminuiu, ou seja, menos consumidores procuraram os estabelecimentos para limpar o nome. Foram 63.060 entre janeiro e novembro de 2016 contra 50.112 em 2017. Os números são de dívidas junto ao comércio de Santa Maria ou na prefeitura por quem deve tributos ao município, como IPTU, por exemplo.

No caso de inadimplência junto à prefeitura, os números são bem expressivos porque, a partir do final de 2015, a prefeitura passou a enviar ao SCPC as listagens de devedores de impostos, inclusive de vários anos anteriores. Como o maior número de envios foi em 2016, acabou ocorrendo uma queda do número de registros de devedores da prefeitura.

Tomando por base os 11 primeiros meses de 2016, tinham sido 73.282 dívidas enviadas pela prefeitura ao SCPC, caindo para 36.621 no mesmo período deste ano, o que representa queda de 50%. No caso de exclusões de registros, em que os devedores foram até a prefeitura negociar suas dívidas, os dados também apontam uma queda. Foram 40.063 em 2016 contra 26.978 em 2017.

Como o total de inclusões de devedores foi maior que o de gente que pagou as dívidas e excluiu seu nome da lista do SCPC, acabou aumentando o contingente de devedores em Santa Maria em 2017.

ALTA DA INADIMPLÊNCIA É CONSEQUÊNCIA DO DESEMPREGO, DIZ ECONOMISTA

Esses 13 mil nomes a mais no cadastro de inadimplentes, na opinião do economista e coordenador do curso de Ciências Econômicas da Unifra, Mateus Frozza, é, sem dúvida, reflexo do número de desempregados (12 milhões no país, em média).

- Os consumidores não deixaram de pagar as contas simplesmente porque não quiseram, e sim porque perderam parte de sua renda. O funcionário que foi demitido porque a empresa reduziu custos ou porque simplesmente fechou. Estes fatores levam as pessoas e não conseguirem honrar seus compromissos - diz.

Na tentativa de ter o nome limpo, o conselho do economista é buscar negociar, seja em feirões "limpa nome" ou diretamente junto aos credores.

- Não pode negar que está devendo. O consumidor deve se propor a negociar e quanto pode pagar. E, principalmente, não fazer novas dívidas, mas para isso requer organização, planejamento e disciplina - aconselha.

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Chegadas as oportunidades de compras de final de ano, com ofertas e promoções no comércio, o consumidor deve tomar cuidado para não contrair dívidas muito altas que não vá poder cumprir. Para isso, o economista faz algumas indicações.

- Prudência, cuidado com as extravagâncias. Fazer opções é a melhor solução. Dividir os presentes (amigo secreto com preço fixo), os itens da ceia (cada amigo fica responsável por alguma coisa). O final de ano é bom, época de reencontros e festividades, mas as contas não podem comprometer uma boa parte de 2018 - considera.

Frozza não acredita que o aumento do número de endividados possa reduzir vendas nas lojas.

- Vender menos, não acredito, . Deve haver uma redução em quantidade de produtos vendidos, o que forçará as liquidações antes do previsto, muito provavelmente no final de janeiro já teremos promoções o que - projeta o professor.

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