Mais sentida por uns e menos por outros, a crise na economia trouxe vários reflexos, como redução de consumo e alta do desemprego. Em Santa Maria, em 2015, pela primeira vez, o ano termina com saldo negativo e o corte de 1,3 mil empregos. Já quanto à economia em si, a coluna "Página 2" teve acesso com exclusividade a um importante indicador do consumo e da atividade econômica da cidade. E, infelizmente, os dados são preocupantes.
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Segundo a Receita Estadual, 2015 fechou com queda real de 20,2% na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em relação a 2014. Em valores atualizados pela inflação, tinham sido arrecadados R$ 254 milhões em 2014, caindo para R$ 205 milhões em 2015.
Isso significa que, na média geral da cidade, os consumidores e as empresas santa-marienses compraram bem menos e que a engrenagem da economia local teve uma forte freada. Na área de abrangência da delegacia regional, que chega a 49 cidades, a queda na arrecadação foi de 16%. Já em todo o Estado, a redução foi menor, de 1,8%, com R$ 28,4 bilhões. Para 2016, com a alta das alíquotas, espera-se um ingresso de R$ 30,7 bilhões em ICMS.
- Fiquei muito surpreso e preocupado com esses números. Isso significa que Santa Maria não passou tão longe da crise, como muitos diziam, de que não tinha crise - afirmou Gilfredo Castagna, professor de Economia da Ulbra.
Segundo a delegada da Receita Estadual em Santa Maria, Ivanice Zanini Schultes, a inadimplência permaneceu praticamente inalterada na cidade, ficando em 7,5% contra 7,1% em 2014.
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Do que é arrecadado em ICMS em todo o Estado, o governo estadual repassa 25% aos municípios, de acordo com o índice de retorno de ICMS de cada cidade, que leva vários fatores em conta, especialmente o valor adicionado das riquezas geradas no município. Em 2015, Santa Maria recebeu R$ 29,3 milhões de retorno de ICMS, mas o valor deve cair em 2016, pois o índice de retorno reduziu.
Em 2015, no Estado, a arrecadação total do ICMS teve essa queda de -1,8%, puxada principalmente pelas reduções de -6,7% na indústria, de -6,8% no comércio varejista e de -8,7% nos serviços, sendo compensada pela alta de 12,3% no comércio atacadista.
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