Alta em dólar, problema real

Alta do dólar poderá ser percebida no preço de vários produtos

Marilice Daronco

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Engana-se quem imagina que a alta do dólar – a maior em mais de 10 anos – não tenha impacto direto na sua vida. Mesmo quem não planeja uma viagem para o Exterior, não pretende comprar dólares nem adquirir um produto eletrônico com etiqueta internacional sofre com a alta da moeda norte-americana.

Se você estiver lendo enquanto saboreia um cacetinho, como é conhecido o pão francês, por exemplo, prepare-se porque, dentro de poucos dias, ele poderá ficar de 10% a 15% mais caro. Isso por conta de fatores que vão do aumento do preço do combustível à alta do dólar. A maior parte da farinha de trigo usada na fabricação des pães no Brasil vem da Argentina.

– Acreditamos em um aumento de, pelo menos, 10% porque o custo de produção já vinha aumentando e, agora, com a alta do dólar, tudo ficou pior. Estamos tentando minimizar os custos, aproveitando ao máximo os equipamentos, horários dos funcionários e tentando fazer o máximo possível em contas como a de energia. Mas será difícil não repassar parte dessa conta ao consumidor – afirma Alcides Machado, sócio diretor do Panifício Mallet, empresa que produz cerca de 700 mil pães por dia e os distribui para cidades de todo o Estado.

Mas não será o pão o único que terá pela frente uma apimentada elevação no preço. Na lista, estão produtos exportados como a soja, o açúcar, o café e, a longo prazo, o algodão. Ou seja, com a valorização do dólar, vale mais a pena mandar para fora, reduzindo a oferta no mercado interno, fazendo elevar os preços no país. Dentro dessa lógica, segundo os especialistas, não vai demorar, por exemplo, para o óleo de soja aparecer entre os vilões nas prateleiras de mercado.

Na semana passada, economistas também alertaram à Agência Efe que a alta deve se refletir mais rapidamente e com maior impacto em hortaliças, legumes e verduras, devido aos insumos (boa parte importada) usados na produção, que estão custando mais.

Roupas made in China

Para quem costuma recorrer aos sites especializados em importação da China – que tem o Ali Baba como um de seus exemplos mais bem-sucedidos –, a situação também não é das melhores. Como as mercadorias são cotadas em dólar, o preço vai ficar mais salgado.

Então, sabe aquela blusa bonitinha que você viu no site chinês? Pense duas vezes antes de comprá-la. O mesmo acontece com eletrônicos e automóveis, que têm peças importadas.

O “Diário” ouviu várias dicas de especialistas para ajudar quem não quer se endividar.

A maior delas não é nenhuma novidade para quem se preocupa com as contas de casa: não compre nada sem planejamento anterior. O segredo é fazer contas e avaliar se o objeto de desejo é realmente necessário e não compromete o orçamento doméstico.

Pesquisar ajuda a economizar

O preço do pão cacetinho em Santa Maria é uma prova de que a regra de que vale a pena pesquisar antes de comprar pode fazer toda a diferença no orçamento, principalmente em momentos de crise econômica. Atualmente, o quilo do pão tem custado entre R$ 6,90 e R$ 9. É preciso levar em conta que no verão a procura pelo pão cai.

O preço entre um estabelecimento e outro costuma variar bastante, sendo que, no Centro, em estabelecimentos bem próximos, a variação pode ser alta.

:: A variação no preço do cacetinho chega a 77% em Santa Maria

Há cerca de um mês, o “Diário” fez um levantamento em 22 padarias e supermercados de Santa Maria, a diferença entre o pão cacetinho ma"

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