Foto: Pedro Piegas (Diário)
Depois de o Estado amargar prejuízos com a seca, que provocou perdas de mais de 50% na safra de grãos do ano passado, as estimativas indicam que os agricultores gaúchos terão motivos para comemorar em 2021. A projeção de colheita da soja, divulgada nesta quinta-feira pela Emater, indica safra recorde no Rio Grande do Sul, com expectativa 20,2 milhões de toneladas do grão. Se a estimativa se confirmar, será a primeira vez que o Estado terá uma safra acima dos 20 milhões.
Na Região Central, a produtividade esperada é de cerca de 3.170 quilos por hectare, o que corresponde a uma média de 53 sacas (de 60 quilos) por hectare. Os dados levam em conta os 35 municípios de abrangência da Emater no entorno de Santa Maria. Na safra passada, a média colhida ficou em torno de 30 sacas na região.
- Como se trata de uma média, a produtividade pode variar de lavoura para lavoura, até de acordo com a tecnologia empregada por produtor. Mas, em geral, os dados da região e do Estado como um todo são muito bons. Ainda mais se levarmos em conta que enfrentamos alguns períodos de estiagem na época do plantio e do desenvolvimento vegetativo das plantas - destacou o gerente regional da Emater, Guilherme Godoy dos Santos.
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O período de estiagem a que Guilherme se refere aconteceu nos meses de novembro e dezembro, quando os acumulados de chuva não chegaram à metade do que era esperado por influência do fenômeno La Niña. No entanto, como em janeiro e fevereiro as precipitações foram bem distribuídas, não houve contabilização de perdas - pelo contrário, o desempenho ficou acima até mesmo da expectativa inicial do órgão de assistência técnica feita no início do ciclo, em setembro passado, que era de 18,9 milhões de toneladas no Estado.
Por enquanto, apenas 12% do total de 996 mil hectares de soja da região foram colhidos. A expectativa é que a colheita se intensifique a partir das próximas semanas. Se confirmados os dados da estimativa, a soja deve movimentar na região R$ 8,4 bilhões, levando em conta o preço atual da saca, que é de R$ 160.
- O preço da saca hoje é um bom preço. De um ano para cá, esse valor pago pela saca dobrou. Mas, para o agricultor, houve um aumento considerável também no preço pago pelos insumos necessários - afirmou Godoy. .
Foto: Pedro Piegas (Diário)
OUTRAS CULTURAS
Se contabilizados também os dados referentes às culturas do milho e do feijão, a safra de grãos de verão deverá totalizar 24,6 milhões de toneladas no atual ciclo, o que representa expansão de 59,2% frente à temporada anterior. A projeção divulgada pela Emater não inclui os dados do arroz, que serão divulgados à tarde pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga).
Diferentemente da soja, o milho sofreu com os efeitos da estiagem. O grão deverá render 4,32 milhões toneladas no Rio Grande do Sul, 4,2% a mais que na safra anterior. Ainda assim, a produção ficará abaixo da projetada inicialmente, de 5,9 milhões de toneladas.
O presidente da Emater, Gerando Sandri, comemorou os dados e destacou que a agropecuária deve puxar o crescimento do PIB gaúcho neste primeiro semestre.
- São números expressivos que refletirão na vida dos gaúchos. A agropecuária vai puxar a economia do Rio Grande do Sul. Se no ano passado o PIB gaúcho caiu mais do que o nacional, por causa da estiagem, em 2021 será o contrário - afirmou.
SOJA NO RIO GRANDE DO SUL
- 2011 - 11,7 milhões de toneladas
- 2012- 5,8 milhões de toneladas
- 2013 - 12,4 milhões de toneladas
- 2014 - 13,2 milhões de toneladas
- 2015 - 14,2 milhões de toneladas
- 2016 - 18,7 milhões de toneladas
- 2017 - 18,2 milhões de toneladas
- 2018 - 17,08 milhões de toneladas
- 2019 - 18,6 milhões de toneladas
- 2020 - 10,6 milhões de toneladas
- 2021 - 20,2 milhões de toneladas (estimativa)
