Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)Mesmo com a possibilidade de chuva acima da média em janeiro, a precipitação pode ser mal distribuída, com risco de quebra de safra. Para a soja, ao menos, clima deve ser mais favorável, conforme previsão da Emater
O primeiro trimestre de 2021 deverá ter chuvas irregulares no Rio Grande do Sul em função do fenômeno La Niña, que significa o resfriamento da temperatura média das águas do Oceano Pacífico, fato que ocasiona precipitações mais esparsas no sul da América.
Segundo o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), para janeiro, a maioria dos modelos converge para precipitações acima da média, contudo, de forma mal distribuída. Já para fevereiro e março, o modelo do Instituto Nacional de Meteorologia indica condições de chuva abaixo da média para a maioria das regiões do Estado.
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Conforme o meteorologista Gustavo Verardo, da BaroClima, as chuvas irregulares ao longo dos próximos meses devem prejudicar a agricultura:
- Quando temos o La Niña no verão, costumamos ter precipitações irregulares. Ou seja, cai chuva em um ponto e, no outro, não. Para a agricultura, isso é muito ruim e pode trazer, inclusive, uma quebra de safra.
Entretanto, as perdas não são comparáveis ao ano passado, em que algumas lavouras registraram quebra de mais de 50% em função da severa estiagem que atingiu o Estado.
- Na soja, a expectativa, apesar de termos um quadro em janeiro não muito favorável, é de bom desenvolvimento. A gente acredita que vem chovendo, em um modo geral, bem. Não consideramos prejuízos como no ano passado, que foi um desastre quanto à falta de chuva. Claro, tudo vai depender da distribuição das chuvas - relata o supervisor regional da Emater/Ascar, Francisco Palermo.
Quanto à safra do milho, a situação é mais preocupante.
- Existe muito milho ainda a ser plantado depois da colheita do fumo. Esse grão é crítico por ser muito sensível e ter rápido período de floração. Se estiver seco, justamente durante esse tempo, já se compromete a cultura - explica Palermo.
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SITUAÇÃO
Segundo o último boletim elaborado pelo escritório regional da Emater/Ascar de Santa Maria, dezembro foi positivo para os produtores de soja. Ao todo, cerca de 10% das lavouras já estão em estado de floração, com o plantio totalmente encerrado na região. A área total plantada ficou em torno de 993 mil hectares na Região Central.
O plantio do arroz também está finalizado na região, com as lavouras plantadas em estado de germinação e desenvolvimento. Neste ano, foram cultivados cerca de 133 mil hectares, 2 mil a mais do que na última safra.
Para o milho, a previsão de plantio é de 42 mil hectares, com cerca de 50% das lavouras semeadas. Em função da falta de chuva, registra-se perda de 6%.
