falta de chuva

Perdas na agricultura chegam a R$ 2,9 bilhões na Região Central

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Falta de chuva castiga região desde fevereiro

Quase cinco meses de chuvas escassas no Estado se refletem em produção minguada no campo. Boa parte de todo o arroz, soja e milho produzidos na região já foram colhidos, mas a produtividade fica, em quase todos os casos, muito abaixo do esperado. A forte estiagem comprometeu mais da metade da soja e do o milho (veja o quadro). Só na soja, os prejuízos já ultrapassam R$ 2,6 bilhões em 35 cidades da regional da Emater.

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Os prejuízos totais, levando em conta soja, milho, arroz e produção leiteira chegam a R$ 2,9 bilhões na Região Central. Levando em consideração os preços dos grãos na primeira semana de abril e o atual momento da colheita, o governo do Estado estima perdas de R$ 15,48 bilhões no RS. Esses dados, de acordo com o assistente técnico regional da Emater, Luis Fernando Oliveira, fazem com essa seja considerada a pior estiagem da história na região.

_ A gente não tem dados efetivos para comparar com as grandes secas recentes, de 2012 e 2005. Mas, pelos impactos que a gente enxerga, essa estiagem está sendo pior para o setor agrícola. Tem lavouras de soja que tiveram perda total. Varia muito por local. A máxima não passou de 40, 45 sacas por hectare _ estaca Oliveira.

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Desde dezembro, choveu só 75% do esperado em Santa Maria, e esse número só não é pior porque janeiro teve chuva bem acima da média (veja no gráfico). Em dezembro, fevereiro e março, não passou de 50% do esperado. Abril já chega na metade, e a chuva não chega a 30% do normal para o período. Mesmo com a chegada do frio, centenas de famílias da região ainda têm ser abastecidas com água de caminhão-pipa. Rios quase secos, solo ressequido e agricultores sem ter o que colher permanecem na paisagem da região. 

_ Se formos olhar para o clima dos últimos meses, os problemas já começaram em outubro e novembro, quando choveu muito, o que impossibilitou o plantio da soja. Depois, já começou a seca que segue até hoje. Pelos números, apesar de janeiro ter chovido bem, foi uma chuva muito irregular, choveu muito de uma vez só _ relata o assistente técnico da Emater.

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PERÍODO MAIS SECO DOS ÚLTIMOS 16 ANOS 
Desde o Verão e início de Outono de 2004, Santa Maria não tinha pouca chuva durante um período longo. De acordo com o meteorologista Gustavo Verardo, na época, choveu apenas 54% do previsto, equivalente a 325 mm, entre janeiro e abril. 

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Ainda segundo Verardo, neste ano, a tendência é que abril, que em outros anos costuma ser um dos meses mais chuvosos, termine com registro de chuva bastante abaixo da média na cidade, assim como aconteceu em março e fevereiro. Conforme o meteorologista, é difícil estimar quando a estiagem vai acabar, já que em maio ainda há indicativos de falta de chuva.

Ele explica que são dois fatores responsáveis pela estiagem na região: a chuva se concentrou na região sudeste e nordeste do país, além da oscilação antártica positiva, que interfere diretamente na variação climática do hemisfério Sul. Quando essa oscilação está positiva, significa que as chuvas ficam mais concentradas na Argentina e acabam não chegando ao sul brasileiro. 

PREOCUPAÇÃO COM OS PRÓXIMOS MESES
Segundo Oliveira, as perdas até agora são irreversíveis. Como a colheita das culturas de verão está chegando ao fim, é preferível até que não chova nos próximos dias para finalizar os serviços nas lavouras ainda não colhidas. Agora, a preocupação é com as culturas de outono e inverno, como trigo e aveia, além das pastagens para a pecuária

_ Como tem pouca umidade no solo, não se consegue plantar nada. Com isso, corre o risco dos animais ficarem sem alimento e os produtores terem que comprar a preços altos _ lamenta. 

*Colaborou Janaína Wille

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