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Entidades definem 10 medidas prioritárias para amenizar efeitos da estiagem

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Foto: Renan Mattos (Diário)
Solo seco e pouca perspectiva de chuva preocupam para a próxima safra

Os agricultores gaúchos mal saíram de uma época de seca, que comprometeu toda a safra 2019/2020, com perdas de mais de 50% na produção, e já vivem um novo período de incertezas com pouca chuva. Por isso, entidades do setor agrícola se reuniram para discutir alternativas para amenizar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul. Uma lista com 10 reivindicações será entregue ao governo do Estado e ao Ministério da Agricultura visando amparar agricultores e pecuaristas que estão sendo afetados por mais uma estiagem, a segunda no ano de 2020. A carta conjunta foi assinada pela Fetag, Farsul, Fecoagro, Emater e Famurs.

Com incidência do fenômeno La Ninã até o final do verão (2020/2021), o momento mais uma vez é avaliado como de extrema gravidade, pois, em algumas regiões do Estado, como a Noroeste, boa parte da safra de milho está perdida devido à falta de água. A falta de milho, além de prejudicar o agricultor que fica sem produto para vender, também já afeta os produtores da cadeia leiteira, que estão sofrendo com a falta de milho para silagem, bem como pastagem que está secando, aumentando e muito o custo de produção, obrigando o produtor a utilizar ração.   

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Desde 27 de outubro, 42 cidades do Rio Grande do Sul já decretaram situação de emergência por causa de prejuízos no campo já causados pela nova estiagem. Nenhum desses municípios é da Região Central. Já no período de dezembro de 2019 e julho de 2020, 409 cidades do Estado haviam decretado situação de emergência pelo mesmo motivo (82% do total de municípios gaúchos). Todas as 39 prefeituras da região estiveram em emergência. 


Foto: Joel Vargas (Assembleia Legislativa)

De acordo com o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, que participou através de videoconferência diretamente de Brasília, uma reunião com a ministra da agricultura Tereza Cristina poderá ser marcada para os próximos dias, ocasião em que a pauta seria entregue em mãos para a titular da pasta.  

- O Estado precisa se preocupar com a irrigação. O governo precisa criar um projeto de armazenagem de água, nas grandes, médias e pequenas propriedades, levando em consideração as suas peculiaridades, pois normalmente, não falta água ao longo do ano, o problema é a distribuição nas regiões. Precisamos resolver os entraves que muitas vezes impedem os produtores de armazenar água, que é principal problema - relata o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva.

Ainda no tocante a irrigação, é necessário resolver problemas de energia elétrica no meio rural, o que também dificulta a implantação de sistemas próprios de irrigação.  

*Colaborou Janaína Wille

OS PEDIDOS

Ao governo estadual

  • Criação de um grupo de monitoramento dos impactos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul
  • Priorização de política de incentivo a reserva de água e irrigação adequada à realidade das propriedades rurais e da legislação ambiental
  • Consolidar o entendimento sobre a legislação ambiental para permitir a armazenagem da água com a finalidade de uso na irrigação
  • Desoneração tributária dos equipamentos de irrigação
  • Reabertura do Programa Troca-troca de Milho Safrinha
  • Antecipação da abertura do Programa Forrageiras

Ao governo federal  

  • Agilidade na emissão do Relatório de Comprovação de Perdas (RCP) na cultura do milho - Proagro/Seguro Agrícola - ao agente financeiro, a permitir em tempo a implantação de outra cultura financiada na mesma gleba
  • Criar uma linha de crédito de custeio de milho emergencial que não tenha impacto no risco bancário e no limite de crédito para permitir o produtor rural implantar outro empreendimento
  • Aumento da oferta de milho na modalidade ProVB / Conab destinando ao Rio Grande do Sul ao menos em 100 mil toneladas
  • Aumento do limite de consumo para bovino de leite de 60 para 120kg/mês no programa ProVB da Conab

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