Museu das Irmãs Franciscanas ganhará nova sede em imóvel histórico revitalizado na Avenida Rio Branco

Museu das Irmãs Franciscanas ganhará nova sede em imóvel histórico revitalizado na Avenida Rio Branco

Foto: Bernardo Abbad (Diário)

O novo museu também deve valorizar a área do Distrito Criativo Centro-Gare

Espaço que ajuda a contar a história de Santa Maria, o Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas (MHIF) ganhará uma nova sede em 2024. Um imóvel na Avenida Rio Branco – que guarda ligação com as Irmãs Franciscanas – está sendo revitalizado para receber o museu que, atualmente, ocupa um espaço de 202,5 m² na Avenida Medianeira. Agora, as memórias e contribuições das religiosas para a Cidade Cultura terão mais que o triplo do espaço.

O novo museu contará com 945 m², divididos em áreas administrativa e expositiva. O espaço será constituído de uma ampla área voltada para a parte da exposição, contando com 16 salas, bem como espaços destinados à conservação preventiva das coleções, sala de administração, foyer, exposição temporária e reserva técnica.


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Franciele Maffi, diretora técnica responsável pelo museu, conta que o acervo contabiliza aproximadamente 40 mil peças, que se encontram preservadas tanto em reserva técnica, bem como incorporadas no processo de montagem das futuras exposições. Dentre os objetos, destacam-se peças tridimensionais e acervo iconográfico, que incluem fotografias, filmes diapositivos e negativos.

Conforme a irmã Ivone Rupolo, 77 anos, diretora-secretária da Sociedade Caritativa e Literária São Francisco de Assis (SCALIFRA – ZN), mantenedora de instituições de educação básica e superior em Santa Maria, a ideia para o novo museu surgiu da união de dois objetivos traçados pelas Irmãs Franciscanas.

O primeiro deles é a revitalização do imóvel da Avenida Rio Branco, que fica em frente ao futuro Edifício Maria, Com Amor, e faz parte do patrimônio histórico de Santa Maria. O segundo é a necessidade de ampliação e visibilidade do rico acervo do museu.

– A diretoria da SCALIFRA – ZN, representada pela diretora irmã Inês Alves Lourenço, juntamente com a Franciele Maffi e os arquitetos André Denardin e Alanna Bigolin, realizaram o projeto, aprovação e licenciamento de obra no ano de 2022 e, em março deste ano, deu-se o início das obras, com previsão de conclusão para março de 2024 – explica Rupolo.


O museu fica em frente ao futuro edifício Maria, Com Amor na Avenida Rio BrancoFoto: João Alves (PMSM)

REVITALIZAÇÃO


O imóvel que abrigará o novo museu foi doado em 2009 à SCALIFRA - ZN por Carmem Fernandes Bicca, herdeira de Ilo Bicca, idealizador e proprietário original da residência. A edificação é protegida na esfera municipal e está inserida no Centro Histórico de Santa Maria.

O projeto arquitetônico foi aprovado pela prefeitura, passando pela aprovação do COMPHIC, IPLAN e Secretaria de Licenciamento e Desburocratização, tendo o intuito de preservar todas as características arquitetônicas ainda presentes na edificação.


– Podemos dizer que é uma revitalização, onde os elementos originais ainda presentes no imóvel foram restaurados, como a fachada e volumetria, onde foi refeito o reboco de cimento batido utilizando a técnica original da casa, contendo como base os materiais pedra mica e granito preto na composição, preservando todos elementos marcantes Art Déco existentes na edificação. No interior, a escadaria em mármore e os vitrais originais foram também restaurados – diz a irmã.

De acordo com os arquitetos André Denardin e Alanna Bigolin, uma praça lateral foi criada para acolher as pessoas que chegam da rua, inspirada no Cântico do Sol e as Criaturas de São Francisco de Assis, remetendo aos elementos da natureza, representados por vegetação, espelhos d’água e formas sinuosas e orgânicas.

Na praça, um monumento com esculturas em bronze homenageia Madre Madalena, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã. Criadas pelos artistas Vinicius Vieira e Mário Cladera, elas representam a própria madre e uma criança brasileira.


A pequena praça lateral contará com esculturas em bronze de Madre Madalena e uma criança brasileiraFoto: Bernardo Abbad (Diário)


AS IRMÃS FRANCISCANAS


Franciele Maffi conta que as Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã constroem uma bonita história e relação com a cidade de Santa Maria, pelo aspecto econômico, religioso e atuação no cenário educacional e de saúde. Elas foram convidadas pelo Dr. Astrogildo de Azevedo, no início do século 20, para atuar em Santa Maria juntamente ao hospital que estava iniciando suas atividades.

– Quando migram de São Leopoldo, em uma comitiva de cinco religiosas em direção a Santa Maria, desembarcam na estação férrea, em 1° de setembro de 1903, sendo recebidas por Gustave Wauthier, Dr. Astrogildo de Azevedo e demais autoridades. Elas fizeram o percurso pela Avenida Rio Branco – relata Franciele.

Portanto, a localização do novo museu é bastante especial. A relação com a avenida ocorre justamente pela memória histórica e o valor simbólico representado neste local, pois trata-se do trajeto que as religiosas percorreram para chegar a Santa Maria pela primeira vez.

O sentimento por parte das irmãs traduz a história materializada neste espaço, além da preocupação de devolver para a comunidade de Santa Maria um equipamento cultural tombado e agora preservado – finaliza a irmã Ivone Rupolo.


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