Som nostálgico do vinil ainda reverbera; Santa Maria conta com data especial para celebrar o disco

Som nostálgico do vinil ainda reverbera; Santa Maria conta com data especial para celebrar o disco

Foto: Beto Albert (Diário)

Considerados artefatos culturais vintage, os vinis, que foram febre no milênio passado, seguem sendo apreciados e utilizados, inclusive profissionalmente. Em Santa Maria, foi instituído em junho deste ano, o Dia do Disco de Vinil. A data foi incluída no calendário de eventos do município por meio da Lei 6908/2024, de autoria do atual presidente do Legislativo, vereador Manoel Badke (UB).


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O tributo ao vinil ocorrerá, anualmente, em 20 de abril – data também comemorada nacionalmente, de um dia dedicado à peça, para que os apaixonados pelo disco possam realizar exposições, trocá-los, conversar sobre o objeto e fomentar o amor por esse tipo de disco, junto à comunidade.
Para Badke, o disco de vinil é um dos formatos mais icônicos da história da música e merece ações alusivas.


– Atualmente, essa mídia clássica voltou a se tornar popular, não pela sua praticidade, mas pela peculiaridade que a caracteriza. Os vinis ressurgiram. Não têm a mesma força comercial de antes, mas são, agora, objetos retrô, muito admirados por colecionadores e saudosistas – afirma a proponente da lei.


No Brasil, o disco de vinil foi lançado comercialmente em 1951, mas foi em 1964 que começou a substituir o disco de 78 rotações. A queda nas vendas dos LPs (do inglês “long-play”, que significa longa duração) começou gradualmente a partir do lançamento do compact disc, o CD, em 1984. Porém, a popularidade do vinil ainda seguiria em alta até o final da década de 1990. Conforme a Agência Brasil, em 1991, foram vendidos 28 milhões de discos, mas em 1996 a quantidade caiu para 1,6 milhão e, no ano seguinte, praticamente nada.

 
Apesar do avanço da tecnologia e do surgimento de novos formatos de mídia, o vinil continua a ser um símbolo de resistência e nostalgia. Entre os mais de 2 mil discos, o empresário e DJ Marciano de Abreu, 47 anos, mostra sua paixão que nasceu na adolescência. Idealizador da Confraria “Amigos do Bolachão” – apelido carinhoso dado ao disco –, que reúne colecionadores e DJs, ele busca manter viva a memória do vinil e também mobilizar e retomar a cena musical dos amantes do LP.


Foto: Beto Albert (Diário)


Em meio à euforia, e com o brilho nos olhos durante a entrevista, o DJ destaca que mais do que a quantidade de discos, os integrantes da Confraria buscam a qualidade, pois muitos trabalham com os itens. Há exemplares no acervo do empresário que custam de R$ 5 a mais de R$ 2 mil.

 
Entre os preferidos de Abreu, estão os do gênero Dance Music – do tipo pista de dança dos anos 90. Embora varie, um dos gêneros mais pedidos em eventos costuma ser o Euro Dance – conhecido por ter uma ênfase dançante, com batida forte.


Para colecionadores, os mais procurados costumam ser os underground – estilo que foge dos padrões normais conhecidos pela sociedade. Ele explica que na mesa montada no estúdio, os toca-discos datam da década de 1970, assim como grande parte da coleção.


Foto: Beto Albert (Diário)

 
Sobre a lei aprovada em Santa Maria, o DJ considera um avanço:
– Isso é uma batalha que já temos há algum tempo. Realizamos as festas comemorativas, mesmo sem o município ter essa data no calendário da cidade, mas fomos agraciados com a lei. E acredito que isso é um incentivo à cultura e, principalmente, à nossa paixão.


Em relação a quem atua como DJ exclusivo do vinil, Abreu conta que pubs e bares estão abrindo, cada vez mais, espaço para o trabalho.

 
– A aceitação está sendo muito boa e trazendo aquela nostalgia para quem viveu a época, mas também aquele a mais, aquela diferença dos DJs que tocam hoje, nós tocamos com vinil. Cria muita curiosidade – afirma.
Para os apreciadores, conforme ressalta Abreu, o vinil é considerado uma arte.


– É uma mídia que tu consegues manipulara. Diferente de uma mídia digital, que é teoricamente inexistente. E tem a parte artística das capas, que já são um lado muito cultural, porque são obras de artes. Muitas bandas são conhecidas pelas capas do vinil. Então, essa arte de manipular o vinil, quem já viveu tem aquela nostalgia, é muito diferente. Não somos contra a tecnologia, utilizamos equipamentos em outras apresentações de última geração. Mas jamais vai chegar na minha paixão, no meu entendimento, próximo do vinil – finaliza.


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