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VÍDEO: conheça histórias de livros que mudaram vidas

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Dizer que Santa Maria respira livros é quase chover no molhado. Em plena Feira do Livro, desta vez, de forma virtual, é possível se desligar um pouco do mundo aqui fora para mergulhar no encantado universo da literatura, além de conhecer histórias daqueles que constroem a cultura literária pelo Brasil. Mas e a identificação?


Romance, aventura, suspense, magia, história e até terror. Quem nunca fechou a última página de um livro com aquela sensação de despedida? A saudade deixada pelas personagens tem várias motivações: curiosidade, empatia, motivação e, por que não, identificação com as reações, sentimentos e experiência descritos a cada linha. E tem mais. Há histórias tão especiais que, mesmo amareladas pelo tempo, ultrapassam gerações e conectam pessoas. Nesta reportagem especial, alguns apaixonados por leitura contam um pouco de como um livro saiu do papel (ou das telas) para influenciarem seus destinos.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)

A professora de literatura Clarice Irizaga Garibaldi, 55 anos, lembra bem de quando foi presenteada pelo pai, Cláudio Fico Pereira, falecido, com Clarissa, de Érico Veríssimo, à época, ainda criança. A identificação com as obras do escritor começou pelo nome e só aumentaram à medida em que conhecia os escritos do autor de Cruz Alta.

As características das personagens e os costumes gaúchos eram familiares na memória da bageense.

- Os romances urbanos dele me agradam, mas O Tempo e o Vento me fascina - comenta a admiradora do romancista, que morreu em 1975.

A infância de Clarice foi marcada, ademais, pelas obras de José de Alencar e poemas de Mário Quintana e Casimiro de Abreu. O exemplo da leitura também veio da mãe, Lígia Teresa Irizaga, falecida.

- Meu namoro, como chamo, com a literatura teve início quando li Iracema, de José de Alencar. Eu tinha 12 anos e recebi a sugestão da minha professora de Português, Maria Helena Mansur. A descrição do ambiente e o romance vivido por Iracema e Martim me impressionaram.

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Assim, ela se apaixonou pelos romances. Marcaram a adolescência de Clarice, os autores contemporâneos Zélia Gattai e Jorge Amado e o português modernista Fernando Pessoa.

O gosto pelos livros e pela língua portuguesa a conduziram à graduação em Letras. Antes mesmo das aulas das literaturas Brasileira e Infantil, Clarice já era uma leitora incansável:

- Tive excelentes professores durante a graduação, que, ao perceber que eu gostava de ler, incentivaram o hábito, emprestando-me até exemplares de acervo pessoal.

Durante a graduação, Clarice começou a dar aulas, para crianças em alfabetização.

- Busquei obras de literatura infantil, como o precursor do gênero no Brasil, Monteiro Lobato, a poetisa Cecília Meireles e Ziraldo. O Menino Maluquinho era quase um de nós na sala de aula (risos). Li quase todos os clássicos, mas os memoráveis Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade eram meus preferidos.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Quando estava grávida do segundo filho, a professora leu Ana Terra e se encantou por mais uma personagem de Veríssimo. Acabou lendo toda trilogia. Ao descobrir que gestava um menino, o nome já estava escolhido: Rodrigo, em função do título Um certo Capitão Rodrigo.

- Durante a infância de meus dois filhos, Roberta e Rodrigo, sempre ofereci livros para que cultivassem o mesmo hábito. Apresentei desde poesias a histórias em quadrinhos e romances? Ambos são leitores - destaca ela.

Aos 12 anos, Rodrigo ganhou um exemplar do livro que inspirou seu nome.

- Hoje ele é pai. Quando minha neta, Alice, de 5 anos, crescer, vou presenteá-la com Ana Terra, para que todo amor pelas obras de Veríssimo se renove em mais uma geração - conta a avó.

A primogênita, Roberta, mais introspectiva, conforme a mãe, é aficionada por Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu, e cria poemas.

LEITURA PARA TRANSFORMAR

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Livros fazem parte da rotina da professora Clarice Irizaga Garibaldi, da vida pessoal à profissão

A professora dá aulas para jovens do Ensino Médio há 30 anos e tem convicção de que a leitura faz total diferença na formação das sociedades:

- Acredito que a cultura é a maior herança que podemos deixar. Para isso, a arte, principalmente a literatura, são poderosas ferramentas. Através dela, podemos conhecer contexto histórico, político e social, e observar como caminha a humanidade, geralmente sofrendo dos mesmos males e, algumas vezes, cometendo os mesmos erros. Para isso fomos feitos? viver intensamente e evoluir.

Ela recorda a frase do "poetinha", Vinicius de Moraes: "para isso fomos feitos: para amar e fazer amar".

O conselho da educadora, que certamente já apresentou a apaixonante literatura a muitos jovens, é que busquem títulos afins com suas preferências temáticas. E, à medida que o hábito for desenvolvido, passe para a esfera mais profunda e reflexiva, ela orienta.

- O gosto pela leitura pode e deve ser aprendido, com determinação. Uma vez dentro do universo da literatura, temos infinitas possibilidades de temas e estilos. A diversidade é grande. Sem dúvida, algum estilo e autor vai conquistar um coração leitor - conclui a satisfeita professora.

Quando leitor e autor se encontram

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Obra de padre Lauro Trevisan (à esq.) inspirou várias mudanças e, 17 anos depois do lançamento, ainda faz diferença na trajetória do pedagogo Rafael Petron

No caminho das letras, muitas vezes, autor e leitor se encontram. Sem ao menos se conhecerem pessoalmente, neste universo, eles se tornam íntimos, ou seja, interligados pelas histórias.

O pedagogo Rafael Petroni, 39 anos, é fã dos livros do padre Lauro Trevisan, 86, escritor santa-mariense reconhecido pela quantidade de livros lançados e espetaculares números de vendagem.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O padre já escreveu 102 obras. Entre tantos títulos, Petroni escolhe O Poder Infinito da Sua Mente como o favorito. Foi o primeiro do autor que ele leu, o estopim da paixão pela literatura. O leitor conta que, até hoje, prefere viajar pelo campo do comportamento e do desenvolvimento humano.

- Li esta obra, ainda adolescente, quando tinha uns 16 anos, em 1997, e fui transformado em todas as áreas da minha vida. De lá para cá, esse livro me ajudou na realização dos meus projetos e a alcançar metas pessoais e profissionais. Antes de tudo, o livro ensinou-me a acreditar no próprio potencial - explica o leitor.

A CRIAÇÃO
Coincidência ou não, para Lauro Trevisan, o livro mais marcante de sua trajetória como autor é o mesmo citado pelo fã. Lançada em 1980, a obra teve 525 edições e 1, 3 milhões de exemplares vendidos.

- A narrativa trata dos estudos colhidos de inúmeras obras de especialistas sobre o poder da mente, além de aprendizados que tive em congressos nacionais e internacionais a respeito da capacidade de autorrealização plena. O princípio é muito simples: tudo o que a mente consciente pode conceber, a mente subconsciente pode realizar - recorda o autor.

Antes de ser escritor, Trevisan é leitor. Para elaborar O Poder Infinito da Sua Mente, ele mergulhou em um manancial de publicações sobre o assunto. Ele destaca O Poder do Subconsciente, de Joseph Murphy, como o principal incentivador. As Leis dos Fenômenos Psíquicos, de Thompson Hudson, também está entre os livros de "maior impacto" que leu, segundo o escritor.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário) 

PRÊMIO
Em setembro, entre cerca de 1,1 mil concorrentes, Lauro Trevisan ficou entre os premiados do Prêmio Internacional de Poesia, Prosa e Artes Figurativas, promovido pela Academia Internacional Il Convívio, da comunidade de Messina, na Itália. A vitória veio por meio de A Fogueira das Rápidas Transformações no Mundo e no Ser Humano.

LANÇAMENTO
Em duas semanas, Trevisan lançará mais um livro. O tempo de isolamento social ocasionou o florescimento do processo criativo do padre, mais uma vez.

- Aproveitei para escrever Contos Bem-humorados. Divirto-me enquanto produzo esse tipo de literatura. São 30 histórias. Pretendi tornar agradável e produtivo o "confinamento" provocado pelo novo coronavírus - complementa Trevisan.

Um amor de mãe para filha

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)
Na casa de Bárbara e da pequena Rafaela Henriques, a literatura faz parte da rotina

A jornalista Bárbara Henriques, 35 anos, lembra bem da obra que a inseriu no mundo da literatura. Era 1998, quando o livro Literatura brasileira, das origens aos nossos dias, de José de Nicola, foi indicado como leitura obrigatória, pela professora Líbia Costa Ferreira, aos alunos do 1° ano do Ensino Médio do Colégio Fátima. A obra contextualiza as fases das manifestações literárias no período histórico de cada época.

- Tinha 13 anos e História era minha disciplina favorita. A união das duas áreas em um só livro provocou um amor à primeira vista. Além disso, o formato diferente, parecido com revista, era cativante. Lembro até do cheiro ao pegá-lo pela primeira vez - rememora a jornalista.

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O divisor de águas na vida da jovem, como ela mesma define, a conduziu à profissão. Daí em diante, a vida de Bárbara passou a ser permeada de livros:

- Comecei a ler tudo o que tinha em casa, acho que até manuais de instrução (risos). Então, pedi livros aos meus pais. Até hoje, gosto de conhecer mais sobre a vida do escritor? para além da obra.

FASES
Para a leitora, as preferências de estilo, autor e obras tem a ver com fases da vida:

- Quando morei em Portugal, por exemplo, conheci o Nobel de Literatura José Saramago e me apaixonei pelas obras dele, as quais indico.

Outra indicação de Bárbara, que a marcou, é Violetas na Janela, de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho.

HERANÇA

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)

Bárbara é mãe de Rafaela, 3 anos, que ouve histórias desde os 5 meses. A pequena ainda não lê, mas já identifica letras e figuras, e tem uma estante de livros ao alcance das mãozinhas.

- Procuro edições coloridas, com interação e em formatos inusitados. Quanto mais divertido, melhor - explica a mamãe.

A leitura faz parte da rotina das duas. Todos os dias, antes de dormir, Rafaela escolhe de dois a três livros e a mamãe lê.

- Fico impressionada com a atenção dela aos detalhes. Depois, ela lembra e comenta as leituras - encanta-se Bárbara.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)

A menina já tem até autor preferido, Maurício de Souza, segundo a jornalista:

- Estamos inscritas em um clube de leitura que fornece livros de acordo com a idade da crianças. Mesmo assim, Rafaela quer mais e mais histórias.

A pequena já participou de duas edições da Feira do Livro, junto da mãe, frequentadora assídua da programação.

Mudanças e adequação

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)

Com o avanço da tecnologia, o livro físico, como os da estante de Rafaela, têm sido substituídos por e-books (formato digital). Para Régis Augustus Bars Closel, professor do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o livro físico permanecerá por muito tempo:

- O digital tem apelo pela facilidade. Porém, a experiência sinestésica é outra. A materialidade do papel, o "cheiro de livro" e o folhear das páginas são, para alguns, intrínsecos ao processo de leitura. No entanto, livros digitais exercem satisfatoriamente a função de ponte entre o leitor e a obra. Além disso, em alguns casos, o preço pode ser uma grande vantagem.

Para o professor, é fundamental que os pais encorajem os filhos à leitura. Assim, a criança terá contato com experiências fora da realidade pessoal.

- O mundo se expande e há descoberta daquilo que é novo ou apresentado em outras perspectivas. Situações fictícias ou reais podem produzir ou despertar emoções distintas no leitor, importantes para o desenvolvimento da empatia - diz Closel.

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Ainda de acordo com o especialista, a leitura estimula a criatividade e o pensamento crítico de forma que outros dispositivos não conseguem, porque é necessária imaginação e disciplina para seguir em frente, folha após folha:

- Se os pais compreendem a importância da leitura, torna-se um processo bem mais fácil e prazeroso para todos.

Segundo o profissional, além dos livros em formato digital, aproveitar a internet para tirar dúvidas sobre temas das leituras é importante:

- A tecnologia pode auxiliar a fruição da obra, complementando a experiência. Com rápidas pesquisas, por exemplo, podemos visualizar um elemento exótico de uma narrativa ou entendermos melhor uma referência histórica ou cultural, ampliando, ainda mais, o conhecimento adquirido no momento de leitura.

De geração para geração

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)

Para a advogada Noemy Bastos Aramburú, 55 anos, as páginas dos livros são um espelho da vida. Nascida em São Gabriel, ela carrega consigo o gosto pela leitura desde os primeiros anos. Incentivada pelo pai, o militar Floravante Bastos, falecido, Noemy construiu uma relação de intimidade com cada página que tocou ao longo dos anos. E, de título em títulos, ganhava diferentes conhecimentos.

Moradora de Santa Maria, a profissional estima ter lido mais de 1,5 mil volumes. Foi através da leitura que ela definiu qual profissão seguiria. Noemy leu todos os lançamentos da autora britânica Agatha Christie, conhecida mundialmente pela habilidade em escrever romances policiais. Envolvida pelas histórias, a então jovem Noemy optou por seguir a área do Direito. O Mistério do Trem Azul está entre os favoritos dela.

- O oculto me chamava a atenção. Enquanto eu lia, trabalhava minha inteligência, tentando descobrir quem matou quem por exemplo. Esse tipo de exercício mental eu faço até hoje na minha profissão - lembra a advogada.

QUAL ESCOLHER?
Antes de escolher, Noemy procura livros que lhe proporcionam algum tipo de identificação, fenômeno chamado de "catarse" pelos estudiosos da literatura. Criação de filhos, negócios e fé também são áreas de interesse da leitora assídua.

- Cada livro é um aprendizado novo - comenta Noemy.

BIBLIOTECA PESSOAL
Além de ter uma biblioteca pessoal, Floravante Bastos era assinante de revista, como extinta Manchete, e jornais, os "grandões", ainda no modelo standart. O amor pelas letras foi transmitido para Noemy, que se encarregou de enraizar o hábito saudável nas filhas, Gabriela, 32 anos, Raphaela, 23, e Manoela, 15. Clássicos, a exemplo do Pequeno Príncipe, do francês Saint-Exupéry, fizeram parte da formação das meninas. A leitura diária da Bíblia Sagrada também é uma cultura adotada pela família.   

- Sempre recomendo as minhas filhas a lerem o Pequeno Príncipe mais de uma vez. Com certeza, este é um livro sempre atual. A literatura também tem essa magia, cada pessoa interpreta as histórias de forma diferente, de acordo com o momento pelo qual está passando - diz Noemy.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Renan Mattos (Diário)
Pedro Ishmael Weissheimer da Silva, 12 anos, é fiel companheiro de leitura da avó, a advogada Noemy Bastos Aramburú

O neto dela, Pedro Ishmael Weissheimer da Silva, 12 anos, também habita em meio aos livros. No momento, o seu título de cabeceira é o volume único de As Crônicas de Nárnia, do autor irlandês C. S. Lewis.

Ele lembra que costumava ir todos os anos até a Feira do Livro. Neste ano, não vai ser possível, visto que a edição atual estará restrita ao ambiente digital e livrarias. Porém, o encantamento pelos livros permanece. O pequeno carrega a semelhança com a avó até nos motivos que o fazem gostar de ler.

- Meus preferidos são os livros sobre mistério, porque me envolvo com a história. Tenho um sobre os Três Mosqueteiros, que ainda não terminei, que é muito bom. Até a capa me chama atenção - fala Pedro.

Na casa de Noemy, os livros não ficam apenas nas prateleiras. Eles são a companhias da família toda, do berço à eternidade, perpetuada pelas gerações vindouras.

CRIATIVIDADE
Flha de Noemy e mãe de Pedro, a psicóloga Gabriela Bastos Weissheimer da Silva, lembra que os pais lhe contavam histórias desde os primeiros anos de vida. Como profissional que trabalha o desenvolvimento humano, ela identifica que a leitura é fundamental para melhorar o processo criativo das crianças e adultos.

- Quando um adulto lê para uma criança, com o tempo, ela desenvolve ferramentas para superar, de forma criativa, os desafios do dia a dia - explica Gabriela.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Guido Isaia (à esq.) é o patrono e Ronai da Rocha é homenageado da edição deste ano da Feira do Livro de Santa Maria

OS LIVROS QUE MARCARAM OS HOMENAGEADOS DA FEIRA DO LIVRO 2020
O Diário quis saber, também, quais livros marcaram o patrono e os homenageados da feira deste ano. Confira:

Guido Isaia - Patrono

- Aos 82 anos, o que não falta são livros para colocar nessa lista. Muitos são especiais. Seria uma injustiça da minha parte escolher um porque tenho tantos amigos que já lançaram obras tão importantes. Mas nesta feira em especial tem dois livros que estão no meu coração, o Milímetros da História, da Marilice, que fala sobre meus filmes, e o Amigas Colorindo a vida, este para mim de um valor inestimável, afinal, uma das autoras é a minha companheira de vida, Norma Isaia. 

Ronai Pires da Rocha - Escritor Homenageado

- É difícil falar de um único livro. No final da adolescência, Demian, de Herman Hesse, foi marcante. Vidas Secas, de Graciliano Ramos, também me desmontou. E ainda nessa fase eu me deslumbrei, por muitas razões, com Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. A Condição Humana, de Hannah Arendt, foi iluminadora para mim. Eu tive uma oportunidade única, de ver Paulo Autran recitando Vida e Morte Severina, em Santa Maria, no Cine Teatro Independência, e ali surgiu uma paixão que dura até hoje pela poesia de João Cabral de Melo Neto.

Laura Maria França Fernandes - Professora Homenageada

- Cada livro que lemos sempre tem algo a nos acrescentar e tocar nosso coração. Gosto muito dos livros da Roseana Murray.

*Colaboraram Gabriele Bordin, Rafael Favero e Rodrigo Ricordi

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