Fotos: Janio Seeger (Especial)}
Phoebe foi tirada das ruas no Bairro Patronato por Ricardo Beffart e a namorada dele, Anelissa Cardoso
Um estudo mostra que cães que dormem no quarto com o tutor apresentam menos sintomas de ansiedade, de separação e agressividade. A pesquisa, desenvolvida pelo especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, de São Paulo, ainda está em desenvolvimento, mas diz que os animais que dormem, ao menos, dentro de casa exibem, com menor frequência, os principais sintomas de ansiedade.
- Os pets destroem menos objetos, latem menos ao ficarem sozinhos e ficam menos agressivos. Esses comportamentos ficam ainda mais amenos quando o cão passa a noite no quarto do tutor - afirma Rossi.
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A causa dessas associações ainda não está clara, e estudos futuros poderão indicar as possíveis razões. O adestrador Joni Virgilio Alves Júnior, 41 anos, indica que muito do comportamento agressivo dos cães pode ter relação com a falta de passeios:
- Pelos pets terem bastante energia, eles têm de gastá-la. Quando o cão não passeia ou não gasta de forma adequada toda essa animação, eles tendem a ficar agressivos. O ideal é passear com o animal.
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RESULTADOS
Os primeiros efeitos do levantamento foram apresentados em outubro de 2018 no Encontro Anual da Associação de Treinadores Profissionais de Cachorros, nos Estados Unidos (EUA). Para o estudo, foram coletados dados a partir de um questionário que incluía perguntas sobre onde o cão permanece à noite e com qual frequência o animal destrói objetos ou faz as necessidades em locais indesejados quando deixados sozinhos em casa, sintomas de ansiedade de separação.
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O questionário foi disponibilizado na página da Estopinha, pet que Rossi é tutor, e mais de 60 mil pessoas participaram. Segundo o especialista, as descobertas ainda devem ser consideradas com cautela, pois os dados ainda não foram publicados em revista científica e podem sofrer alterações.
FORA DAS RUAS
O recepcionista de hotel Ricardo de Freitas Beffart, 25 anos, adotou a Phoebe há dois anos. A pet vivia nas ruas há um ano, quando encontrou um lar através de Ricardo. No início, a adaptação para ela foi bem difícil:
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- Ela fugia todos os dias. Quando abríamos o portão, ela escapava. A Phoebe corria muito, quase não conseguia alcançá-la. Na época, morava com um amigo no Centro. Aos poucos, ela parou de fugir. Mudei de casa e, atualmente, moro com minha namorada. A Phoebe tem mais dois cães que fazem companhia a ela.

A namorada de Ricardo, a acadêmica de Desenho Industrial na UFSM, Anelissa Cardoso, 23 anos, conta que ela adora fazer bagunça:
- Ela cava buracos, briga com os outros cães que estão passando na rua, late durante os passeios, é ciumenta e rosna quando faço carinho nos outros cães e não nela.
O casal observa ainda que Phoebe não para de latir quando dorme fora de casa.
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- Deixamos ela dormir no quarto conosco. Além de ela dormir, também não corremos o risco de ela fugir - diz Anelissa.
Ricardo diz que, no futuro, o desejo é pelo adestramento de Phoebe.
Dicas para iniciar o adestramento
O adestrador Joni Virgilio Alves Júnior dá algumas dicas para o tutor começar o adestramento caseiro:
- Colocar limites no cão;
- Deixar um local para o pet ficar, seja dentro ou fora de casa;
- Não dar petiscos quando ele estiver latindo;
- Passear com o cão para deixá-lo mais sociável e com menos ansiedade.
*Colaborou Natália Venturini