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A agressividade de cães é determinada pela raça?

Fotos: Charles Guerra/Fabiana e as filhas, Jordana (à esq.) e Lorena, convivem bem com a pit bull Madona


Ambiente adequado, espaço para brincar, alimentação saudável e muito amor. Essas são coisas fundamentais para oferecer a um cão. Mas, antes mesmo de levar o pet para casa, é imprescindível pensar na segurança do animal e dos tutores, bem como a de outros animais e de pessoas que irão conviver com ele, como as visitas. E, quando o assunto é o perigo que cães podem oferecer, pit bulls, rottweillers e filas estão, sempre, entre os considerados mais assustadores. Mas será que a agressividade canina está relacionada às raças?

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O enfermeiro Luiz Eduardo Recktenwald, 32 anos, afirma que a convivência da pit bull Madona, 5 anos, com a família é afetuosa, divertida e segura. Ele conta que as filhas, Jordana, 4 anos, e Lorena, 1 ano e 6 meses, sempre interagiram com a pet, que nunca as agrediu.
- Não é a raça que define a agressividade do animal. É a maneira com a qual ele é criado. Já vi cães de raças menores serem mais agressivos do que a Madona. O importante é não estimular a hostilidade - acredita o tutor.

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MITO OU VERDADE 
Segundo o treinador de cães Sergio Loreto, de Santa Maria, no Brasil, raças como rottweiler pit bull e fila brasileiro são consideradas as mais agressivas. Mas, para ele, essa percepção é um mito, considerando que o comportamento do cão é consequência da maneira como o animal é criado. 
De acordo com o treinador, essas raças são treinadas para serem bravas com o objetivo de protegerem casas ou empresas.
- Todas as raças, grandes ou pequenas, podem ser agressivas. Para total segurança do animal e das pessoas, o ideal seria buscar auxílio de um adestrador que trabalhe o comportamento do animal - orienta.

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O adestrador Fernando Lima, autor do livro Adestramento por Instinto, tem procurado combater o preconceito contra as raças consideradas agressivas, principalmente o pit bull. Ele explica que, hoje em dia, existem muitas técnicas de adestramento que não utilizam nenhum tipo de violência, mas, sim, são baseadas no comportamento do cão na natureza.
- Cães perigosos, por si só, não existem. Perigosos são os tutores que, por irresponsabilidade ou maus tratos, podem transformar um cão de qualquer raça e tamanho em um animal que represente potencial ameaça para eles próprios ou para estranhos - diz.

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Lima acrescenta que um pinscher pode ser agressivo, e um rottweiler, extremamente dócil. Para ele, afirmar que um cão é agressivo por causa da raça é um erro. Eles acrescenta que tal afirmação resulta de acidentes que acontecem com algumas raças de cães, que, dependendo da força e tamanho, podem ser fatais.

Foto: Charles Guerra/As pequenas brincam com a cadela que foi criada com afeto e consegue manter a calma todo o tempo


A FORÇA 
Os especialistas afirmam que o perigo dos ataques está na força dos animais e não simplesmente na raça. Portanto, é fundamental o treinamento e a responsabilidade do tutor com os animais treinados para atacar.
- No Brasil, a maior estatística de atendimentos nos hospitais, relacionada a mordidas de cães, são de poodles. Porém, uma mordida de poodle causa ferimentos superficiais. Já se um pit bull ataca, os ferimentos são graves e podem matar. Isso não significa que o pit bull é mais agressivo que o poodle. Significa que ele é mais forte quando ataca. Um cão criado da maneira correta não apresenta problemas de agressividade e se torna um amigo fiel - explica Lima. 

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CARINHO
Ainda de acordo com o especialista, os pilares para treinar e conviver bem com todos as raças caninas são exercícios, disciplina e carinho, nesta ordem. Ele enfatiza que, se esses conceitos forem invertidos, os cães logo apresentarão problemas de comportamento. Lima destaca que, independentemente de tamanho ou raça, crianças e pets juntos devem estar sob supervisão.
- Com treinamento adequado e responsabilidade, adultos e crianças podem estar entre todas as raças, sem sentir qualquer tipo de medo. Minhas filhas, Cecília, 2 anos, e Bibiana, 3 anos, brincam com meus cães das raças pastor belga, pit bull, bull terrier e vira-latas e nunca houve acidentes. Porém, não dispenso supervisão e treinamento. Estou sempre por perto - acrescenta. 

Foto: Arquivo Pessoal/As filhas do adestrador Lima, Bibiana (à esq.) e Cecília brincam com os cachorros da família


O QUE É PRECISO SABER 
Um cão pode se tornar agressivo por vários motivos, como falta de liderança, estresse, falta de exercícios ou distúrbio químico;
O principal instinto do cão é sobreviver. Ele pode se tornar agressivo se perceber que a sua sobrevivência e a da matilha corre riscos;
Há milhares de anos, cães são utilizados para caça e guarda. Esses podem ser treinados para serem agressivos com o objetivo de proteger sua família (matilha) e território;

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Os cães devem ser treinados por pessoas responsáveis. Um cão de guarda é como uma arma que precisa ser bem controlada;
O comportamento do cão está ligado diretamente com os atos de seus tutores.Se, quando o filhote late para uma visita, você pega ele no colo e faz carinho, está aprovando o comportamento dele. Assim,quando ele crescer,provavelmente, será agressivo com as visitas;
Evite que o cão seja possessivo com comida ou brinquedos. Isso pode despertar sua agressividade e, com o passar do tempo, causar acidentes; 
Humaniza-los ao extremo, deixá-los amarrado, presos ou sozinhos por longos períodos, bater nos animais ou expô-los a outros castigos físicos são atitudes que podem agravar esse comportamento.

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PARA CUIDAR DE CÃES CONSIDERADOS PERIGOSOS
É preciso ser maior de idade;
Ter registro do animal e vacinação em dia;
Circular em locais públicos com guia e focinheira;
Ter pátio ou canil fechado com muro ou grade de, pelo menos, dois metros de altura; 

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Placas de aviso da presença e periculosidade do animal devem ser afixadas de modo visível e legível no exterior do local de alojamento do animal e da residência do detentor;
O tutor do cão é responsável legal por qualquer acidente que ocorrer envolvendo o animal.

Fonte: Fernando Lima (treinador de cães)

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