Deni Zolin

Você pode não lembrar onde foi em 2021, mas o Google Maps sabe tudo

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Esta semana, recebi um e-mail, no mínimo, curioso, enviado pelo Google Maps. Era um resumo dos locais onde andei, passei, fiz compras e refeições ao longo de 2021. Eu já sabia que, ao deixar habilitada a opção de localização, necessária por alguns aplicativos, o Google Maps registra num mapa nosso itinerário diário, que pode ser consultado. Porém, me impressionei com a quantidade de informações que a plataforma tem registrada de cada um de nós, que usa celular.

O Google Maps me avisou que eu percorri 10.176 km dirigindo em 2021, totalizando 1.780 horas ao volante. Provavelmente mediu isso pela velocidade com a qual o meu celular percorria a cidade ou rodovias, até porque sabe onde são as vias. A pé, foram 6 horas apenas, totalizando 5 km. Claro que esse dado não é preciso e pode ter erros, até porque nem sempre andamos com o celular. Porém, outro dado impressionante é que visitei 203 locais em Santa Maria em 2021, sendo 59 locais de compras e outros de lazer e gastronomia. Aparece, no mapa, e em detalhes, inclusive cada local onde estive e o tempo estimado de 29 horas em compras.

A plataforma informou até qual foi a viagem mais marcante que fiz em 2021 e dá detalhes, dia a dia, dos locais onde estive, e das datas das viagens que fiz para visitar minha família em Santiago (datas que eu nem lembrava).

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Citei esses detalhes só para dar uma ideia de como a tecnologia é fantástica, mas, ao mesmo tempo, invade nossa privacidade. Com certeza, por meio do Google Maps e das pesquisas que faço no Google, além do que curto e posto nas redes sociais, eles saibam mais de mim do que eu mesmo. Realmente, vivemos na era do Big Brother da vida real, personagem do livro "1984", lançado em 1949 pelo escritor George Orwell e que projetava um futuro onde seríamos totalmente vigiados pelo Grande Irmão, composto por telas que tudo veriam sobre nossa vida.

Provavelmente, pelo nosso comportamento, o Google e o Facebook têm condições de saber se estamos felizes, doentes, deprimidos, endividados ou bem financeiramente. Por isso é que o fato de WhatsApp passar a realizar pagamentos em dinheiro é algo temerário, pois essas gigantes vão ter acesso, inclusive, a hábitos de consumo e a nossos dados financeiros.

Claro que, num mundo totalmente digital, é um caminho sem volta. O problema é o poder excessivo que essas grandes organizações têm, com bilhões de informações e dados sobre a vida de toda a população. Muito poder na mão de empresas que, nem sempre, têm escrúpulos, e pouco controle. Um exemplo disso é o caso do escândalo da empresa Cambridge Analytica, em que dados dos perfis das redes sociais foram utilizados para direcionar propaganda política e fake news para influenciar no voto. Com consentimento do Facebook.

Em geral, as informações são usadas para interesses comerciais. Porém, que garantia há de que não podem ser usadas de outras formas também? Até porque há risco de dados vazarem.

Como desabilitar a coleta de informações no Google Maps

Apesar de ser impossível ficar totalmente protegido da exposição, há maneiras de tentar reduzi-la. No caso do monitoramento do Google Maps, é possível desativar seu histórico de localização. Em celulares da maioria das marcas, que usam sistema operacional Android, é possível fazer isso. Basta ir no ícone de "Configurações", clicar em "Google" e "Conta do Google" e escolher a opção "Dados e personalização". Por último, toque em "Atividade na Web e de apps" e desative a configuração. Não vai te garantir total privacidade, mas pode ajudar.


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