Devido a fatores como a alta dólar e à inclusão de terceiras faixas no projeto de concessão da RSC-287, o governo do Estado atualizou os cálculos, que apontaram um preço-teto superior a R$ 7 para os pedágios na rodovia. No projeto inicial, o valor era de R$ 5,93.
Segundo o secretário extraordinário de Parcerias do governo do Estado, Bruno Vanuzzi, devido às oscilações bruscas do petróleo e do dólar, os cálculos têm variado muito, tendo ficado em valores como R$ 7,25 e R$ 7,40, dependendo do dia. Ele lembra que o valor final que os motoristas vão pagar deve ser menor do que isso. É que, durante o leilão, as empresas interessadas darão lances e vencerá aquela que apresentar o menor preço.
- Estamos trabalhando com cenário bem conservador, então, deve haver deságio. Os leilões de concessão da União, nos governos Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, deram deságio de 40% a 60%. Mas, no Rio Grande do Sul ainda há a percepção de algum risco político. Nós estamos trabalhando com uma expectativa de pelo menos 25% de desconto sobre o valor-teto - afirmou Vanuzzi.
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Tudo ainda pode mudar, mas se tomarmos por base o valor-teto mais elevado, de R$ 7,40, e houver uma redução de 25% no preço durante o leilão, a tarifa ficaria na faixa de R$ 5,50 para automóveis em cada uma das cinco praças. Porém, não há como ter certeza de nada, pois não se sabe como será a disputa durante o leilão. Se o deságio chegar a 50%, a tarifa poderia cair para menos de R$ 4. Porém, isso é pouco provável, diante do cenário de grandes incertezas na economia devido à pandemia, que interfere muito na queda do PIB e do tráfego de veículos e no preço do dólar e de insumos como asfalto. Tudo isso interfere na decisão das concessionárias em se interessar ou não na concessão da RSC-287 e no preço que possam oferecer.
- Temos um cenário de incerteza generalizada. O que temos a nossa favor é que vai ter prazo de 100 dias para apresentar as propostas, e até lá vamos ter um cenário de maior certeza - diz.
Nos próximos dias, após última análise do Tribunal de Contas do Estado, o governo vai divulgar o modelo econômico da RSC-287, com todos os detalhes do projeto, com obras previstas e custos de investimento. A publicação do edital está prevista para a metade de julho. A partir daí, as empresas terão 100 dias para apresentar as propostas de preços em envelope fechado e, então, haverá o leilão presencial em que uma empresa poderá ir cobrando os preços das demais.
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A estimativa é que a concessão comece no início de 2021 e que as obras de recuperação de toda a pista da 287 (veja abaixo) sejam feitas a partir do 1º trimestre de 2021. O pedágio nas três novas praças começará a ser cobrado em 2022.
AS DUPLICAÇÕES E OBRAS PREVISTAS
O atual projeto prevê a recuperação da pista no primeiro ano e a duplicação dos trechos urbanos nos anos 3 e 4 da concessão (ou seja, em 2023 e 2024). De Tabaí a Novo Cabrais, a duplicação dos trechos rurais será nos anos 6, 8 e 9. E de Novo Cabrais ao trevo do aeroporto de Santa Maria, a duplicação sai, no máximo, entre ou anos 19 e 21 - será feita antes se o volume atingir 18 mil eixos equivalentes por dia.
A mudança mais recente foi a inclusão de terceiras faixas entre Novo Cabrais e Santa Maria. Nesses 71 km da rodovia, o governo previu a necessidade de construir 7 km de terceiras pistas. Em cada sentido, nos anos 3, 4 e 5 da concessão, serão construídas três terceiras faixas, mas dois trechos urbanos duplicados e rotatórias alongadas, que permitirão ultrapassagens de veículos mais lentos.