O aplicativo de viagens de ônibus entre cidades Buser voltou a tentar operar no Estado, mas teve quatro ônibus apreendidos no final de semana em operação coordenada pelo Daer. Um ônibus que saía de Santa Maria para Porto Alegre foi retido na madrugada de sábado para domingo, com alguns passageiros. Os demais foram em Caxias, Pelotas e Rio Grande. A empresa que presta serviços à Buser em Santa Maria é da região de Pelotas e cadastrada ao Daer. Ela vai responder a inquérito administrativo no Daer e poderá pedir a liberação do veículo após pagar multa. Se voltar a fazer viagens pelo Buser, poderá perder o registro no Daer, segundo a autarquia.
- Quem pode vender passagem é estação rodoviária, ou empresa de ônibus regular através do site, via rodoviária. A primeira ilegalidade (da Buser) é a venda de passagens. A segunda é que estão tentando disfarçar de fretamento eventual um serviço de linha, contínuo. Isso é um problema porque eles emitem uma lista de passageiros como se fosse um serviço turístico e eventual. Isso é um desrespeito com os passageiros e as empresas de transporte. Isso não é preconceito nem perseguição. A Buser é bem-vinda, desde que cumpra com a legislação - disse à coluna o diretor de Transportes Rodoviários do Daer, Lauro Hagemann.
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Segundo ele, os preços são convidativos, mas é um serviço que não se sustentaria a longo prazo com um valor tão baixo.
- A Buser não é uma empresa de transporte, é uma empresa de tecnologia e ela se vale de empresas de transportes para prestar o serviço que ela vende. O valor é mais barato, mas se dá porque é em condições excelentes, em que precisa lotar o veículo para dar o rateio e fazer uma viagem por dia. É uma concorrência predatória e desleal com as nossas empresas de transporte regular. Muitas vezes, elas saem da rodoviária com um ou dois passageiros e têm de cumprir vários horários. Se elas pudessem fazer menos viagens por dia, talvez pudessem ter um preço mais em conta - diz Hagemann.
O QUE DIZ A BUSER
"A Buser informa que as viagens continuam ocorrendo normalmente, inclusive com as promoções de viagens gratuitas disponíveis nos trechos interior-capital, que valem até o dia 30 de outubro. Quanto às apreensões de ônibus, a empresa considera que foram ações ilegais, realizadas em perseguição à Buser, uma vez que o serviço de fretamento é legal, regulamentado e a atividade de intermediação é permitida por lei. A Buser e suas parcerias já estão recorrendo à Justiça para impedir que novas apreensões ocorram no Rio Grande do Sul por total falta de embasamento jurídico."
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