Empregos

Indústria santa-mariense compra fábrica em Canoas e chegará a 500 empregos

Indústria santa-mariense compra fábrica em Canoas e chegará a 500 empregos

Foto: Divulgação

Fundado em 1950, o Moinho Santa Maria, que ficou famoso pela farinha Maria Inês, terá uma nova expansão na produção e na geração de empregos. A empresa santa-mariense comprou agora o Moinho Cruzeiro, em Canoas, num investimento milionário, e vai atingir a marca de 500 trabalhadores. A indústria da Região Metropolitana pertencia à multinacional Viterra, que produz a farinha Rosa Branca no país, e agora passará a fabricar a marca Maria Inês. O foco dessa expansão é ampliar as vendas para o mercado do Sudeste do país, onde o Moinho Santa Maria está presente há três anos.


Segundo o empresário José Antoniazzi, conhecido com Tino, além da sede em Santa Maria, perto da Avenida Borges de Medeiros, há 12 anos a empresa tem uma filial em Canoas, em uma indústria arrendada. Agora, com essa aquisição, será a segunda unidade naquele cidade.

– Em Santa Maria, produzimos 420 toneladas por dia. Na indústria arrendada de Canoas, são mais 260 toneladas/dia. No Moinho Cruzeiro, serão mais 300 toneladas por dia. Ou seja, vamos ampliar a produção diária de farinha de quase 700 toneladas para 1 mil toneladas por dia. Hoje, temos 400 colaboradores e vamos contratar mais 100 para esse novo moinho, chegando a um total de 500 colaboradores – diz Tino.

O foco da fábrica de Santa Maria será na produção da farinha para a linha doméstica da marca Maria Inês, enquanto o primeiro moinho de Canoas fabrica produtos para indústrias de massas e bolachas. Já a nova fábrica, recém-comprada, será destinada à produção de farinha para panificadoras e para aumentar as vendas para os estados do Sudeste.

– Fornecemos farinha para grandes empresas, como Nestlé, Bauducco, Santa Massa, Rede Vivo, Rede Super, Walmart, Carrefour – comenta Tino.

A empresa santa-mariense está consolidada há muito tempo em todo o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, tendo aberto o mercado de Rio, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo há três anos. Atualmente, 30% da produção da empresa já é vendida para o Sudeste, mas a previsão é crescer ainda mais, já que é um grande mercado consumidor. Só o Estado de São Paulo tem 46 milhões de habitantes, por exemplo, enquanto o Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm menos de 18 milhões de pessoas.

Para os estados do Sudeste, o Moinho Santa Maria vende, principalmente, farinha para padarias, pizzarias e pastelarias. É que, além do produto para supermercados e pão francês em padarias, a empresa vende farinhas especiais para pizza, em que é preciso que a massa não encolha, e pastel, em que que o foco é ter produto mais crocante. Tino conta que, para entrar no mercado do Sudeste, a empresa precisou entender as particularidades de cada Estado, mas preferiu conquistar clientes mais preocupados com a qualidade da farinha do que no preço. Ou seja, um crescimento de vendas mais lento, mas sem torrar preços.

Desafio de manter a qualidade do produto

Por falar em qualidade, essa sempre foi uma das preocupações da Moinho Santa Maria. Afinal, é um desafio escolher matérias-primas para manter a farinha no mesmo padrão com que a dona de casa ou o padeiro está acostumado há décadas.

– Se a farinha muda, a dona de casa sente na mão, na hora de fazer a massa. Nosso lema é que a pessoa que consumir Maria Inês vai consumir qualidade – comenta Tino Antoniazzi.

Para garantir isso e manter o padrão do produto, a empresa tem 20 funcionários trabalhando só no setor de qualidade, fazendo análises químicas para selecionar o trigo usado na fabricação e acompanhando também o produto final. São “detalhes” que fazem toda a diferença.

Farinha quase só de trigo gaúcho

No passado, sempre falava-se que o Rio Grande do Sul dependia muito do trigo argentino, pois o grão gaúcho não tinha qualidade suficiente para fazer pão de alto padrão. Mas o avanço na qualidade do trigo gaúcho foi grande nos últimos 20 anos, devido a melhoramentos genéticos e de manejo das lavouras. Resultado: no Moinho Santa Maria, por exemplo, há 10 anos, 60% do trigo era trazido da Argentina. Hoje, só 15%. Ou seja, 85% da farinha da marca é de trigo produzido aqui no Estado.

Curiosidade

Por mês, a fábrica envia, de Santa Maria para o Rio Grande do Norte, 300 toneladas de farinha especial que é usada para ração para camarão. As cargas são mandadas em contêineres, pelo porto de Rio Grande.




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Deni Zolin

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