Empresário, pense muito antes de demitir. Pode ser um tiro no pé

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Lucas Amorelli (BD/Arquivo)

Após três semanas com boa parte do comércio e dos serviços fechados, a crise bate fortemente à porta de muitas empresas. Porém, apesar da incerteza e do medo, os empresários precisam se dar conta de que demitir deve ser mesmo a última opção. Antes de cortar funcionários, pense em alternativas, pois se todas as empresas cortarem 20%, 30% ou 50% dos funcionários, a renda geral na cidade e no Estado vai cair quase proporcionalmente e você estará contribuindo para agravar ainda mais a crise. Daí, o funcionário da loja de roupas que foi demitido não terá dinheiro para consumir no restaurante e nas demais empresas, e vice-versa. A economia é uma grande engrenagem.

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Antes de demitir, lembre-se que será preciso gastar com 40% da multa do FGTS mais férias e 13º proporcionais. Por isso, informe-se se não é possível dar férias coletivas ou suspender o contrato por 60 dias, em que o governo está bancando o salário do trabalhador que ficar parado. Pode ser mais vantajoso fazer isso para a empresa e o funcionário. Antes de demitir, pense, procure ajuda do seu contador. E se tiver de cortar, que seja o mínimo possível. Um empresário me contou que estudou muito bem a MP justamente para evitar demitir funcionários.

É compreensível o desespero e o drama dos empresários - sei que falar é mais fácil do que fazer e que é preciso salvar as empresas. Porém, é necessário agir com racionalidade e inteligência para não piorar ainda mais uma situação que já é dramática.